Artecola lança inovação que utiliza resíduo de MDP e MDF
Tecnologia da Artecola pode transformar 460 ton de resíduo em inovação reaproveitando pó de MDP e MDF de indústrias moveleiras
Publicado em 18 de agosto de 2025 | 09:45 |Por: Thiago Rodrigo

A Economia Circular e a Sustentabilidade são objetivos cada vez mais desejados por indústrias de todos os segmentos. Com esse objetivo, a Artecola desenvolve inovações sustentáveis para diferentes mercados. A empresa apresentou na última Fimma Brasil uma tecnologia exclusiva capaz de reduzir a geração anual de 460 toneladas de resíduos somente no Rio Grande do Sul e eliminar o consumo de igual volume de matérias primas de origem fóssil (não renovável).
“Adaptamos nossa tecnologia Ecofibra para absorver pó de MDP e MDF e criamos uma biomassa projetada para ser aplicada em partes de estofados”, adianta o presidente executivo da companhia, Eduardo Kunst.
O projeto inovador para o setor moveleiro surgiu a partir de avaliações da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Artecola, única empresa no Brasil capaz de oferecer ao mercado chapas ou placas extrusadas com fibra vegetal em sua composição. O material é registrado com a marca Ecofibra.
– Impactos do tarifaço são sentidos no setor moveleiro
“Identificamos que as sobras do processo de lixamento de placas de MDF e MDP poderiam ser reintegradas como matéria-prima, alinhando-se aos princípios da economia circular e à sustentabilidade, dentro do mesmo conceito da nossa linha Ecofibra, que agrega fibras vegetais à formulação”, diz a supervisora de P&D, Alessandra Lemos. “Assim, conseguimos desenvolver uma nova linha, que contém os resíduos de pó de MDP e MDF em 15% de sua composição”, complementa.
A inovação foi desenvolvida com uma indústria moveleira que encaminha esses resíduos para coprocessamento, ou seja, para incineração como fonte de energia. “Embora seja um processo considerado ambientalmente correto, não é a solução com menor impacto possível para a geradora do descarte, como a reciclagem ou reuso na própria cadeia”, ressalta Alessandra.
“Com a tecnologia Ecofibra, criamos um destino para o resíduo e o transformamos em parte da matéria-prima para produção de pés de estofados recicláveis. E um importante diferencial, que ainda não conhecemos no mercado moveleiro, é a transformação do descarte em matéria-prima para a mesma empresa que o gerou”, enfatiza a supervisora de P&D da Artecola.
Ela informa que já existem estudos acadêmicos que comprovam a viabilidade dessa aplicação, “porém, ainda não identificamos compósitos produzidos em escala industrial por outras empresas. Nosso produto assegura a compatibilidade e o desempenho mecânico entre a fibra natural e a matriz polimérica”.
Resultado da inovação sustentável da Artecola
O desenvolvimento da Artecola resultou em pés de estofados reciclados e recicláveis, até então produzidos em polipropileno virgem 100% de origem petroquímica (matéria prima de origem fóssil e não renovável). Com a tecnologia Ecofibra, se reduz o descarte de pó de MDF e MDP, também é reduzido em 15% o consumo de matéria prima de fonte não renovável, e a empresa economiza no custo do coprocessamento, além de contabilizar menor emissão de CO².
“Nosso composto Ecofibra, se fosse aplicado ao total estimado de estofados produzidos no RS, tem potencial de reaproveitar pelo menos 460 toneladas de resíduo de pó de MDP e MDF em um ano, além de substituir o consumo de 460 toneladas de matéria prima de origem fóssil, petroquímica e não renovável por uma matéria prima reciclada”, frisa Alessandra.