Exportações de móveis e colchões abrem 2023 em queda
Em janeiro de 2023, exportações de móveis e colchões retraíram 23,1% em relação a dezembro de 2022, mas Abimóvel acredita na recuperação ao longo do ano
Publicado em 5 de abril de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
Após experimentar um recuo de 10,8% na passagem de novembro para dezembro de 2022, em receita, as exportações brasileiras de móveis e colchões entraram em 2023 em um cenário ainda mais retraído, com US$ 45,1 milhões (FOB) em produtos exportados pela indústria moveleira nacional durante o mês de janeiro. O resultado foi 25,1% inferior ao do mês anterior.
Apesar da retração não ser necessariamente atípica para o início de ano, ela aponta uma queda significativa também em relação a janeiro de 2022, quando foram exportados US$ 61,8 milhões em móveis e colchões pela indústria brasileira. Declínio de quase 27,1% na comparação mensal.
Os dados são extraídos da “Conjuntura de Móveis”, estudo desenvolvido pelo Iemi com exclusividade para a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), que além de informações e indicadores da produção, do emprego, dos investimentos e das vendas no varejo doméstico, trazem também o cenário das exportações e importações no setor.
Tensões econômicas internacionais
Além de fatores internos relacionados à economia e ao ambiente de negócios para a indústria e o comércio nacional, várias questões externas podem influenciar as exportações moveleiras ao decorrer do ano: taxas e flutuações cambiais, barreiras tarifárias, diplomacia, competição internacional, processos logísticos, panorama da cadeia de abastecimento global e, claro, a demanda internacional e a situação econômica nos principais mercados importadores.
Em um período de tensão para a economia estadunidense, os Estados Unidos continuam vigorando como o principal destino dos móveis brasileiros no exterior. Em janeiro de 2023 foram exportados pela indústria brasileira o montante de US$ 14,4 milhões em móveis e colchões para o país norte-americano, correspondendo a 31,9% do total de exportações no mês. O valor, porém, ficou abaixo do exportado no início dos últimos dois anos: quase US$ 20,7 milhões em janeiro de 2022, e US$ 19,2 milhões em igual mês em 2021, correspondendo a quedas comparativas de 31% e 25,2%, respectivamente.
Em contrapartida, as exportações para o Uruguai, que apareceu em segundo lugar no ranking dos principais países importadores no primeiro mês do ano, cresceram em 2023. No último mês de janeiro foram exportados quase US$ 4,3 milhões em móveis e colchões brasileiros para o Uruguai, uma participação de 9,5% do total exportado. O resultado é 36,7% maior que em janeiro de 2022 e 26% superior a janeiro de 2021, quando foram exportados pouco mais de US$ 3,1 milhões e US$ 3,4 milhões, respectivamente, para o país sul-americano.
Exportações de móveis e colchões
Nas quatro grandes categorias de exportação no setor — móveis de madeira, móveis estofados, móveis de metal e colchões —, os móveis de madeira representaram 81,4% do total exportado pelo país no primeiro mês do ano. A segunda maior participação foi da linha de móveis estofados, com uma parcela de 11,5%. Por fim, colchões e móveis de metal tiveram uma participação de 3,6% e 3,5%.
Na variação mensal, ou seja, em relação a janeiro de 2022, observou-se que a exportação dos móveis de madeira, contudo, caíram 31,7%; na sequência de baixas vem a categoria colchões, com recuo de 1,7%. Os móveis de metal e os estofados, no entanto, seguiram desempenho contrário, crescendo 9,8% e 4,3%, em janeiro deste ano frente a igual mês do ano anterior.
Balança comercial do setor moveleiro
Apesar da queda nas exportações, a balança comercial no setor abriu o ano com desempenho positivo frente a uma redução também nas importações moveleiras. Em janeiro de 2023, foram importados US$ 14,3 milhões no setor, representando queda de 12,9% em relação ao mês anterior e de 26% na comparação com janeiro de 2022. Com isso, o superávit do primeiro mês do ano foi de US$ 30,8 milhões.