Qual o nível de maturidade da Indústria 4.0 na sua empresa?
Consultor moveleiro desenvolve questionário para medir a qualidade dos processos digitais de uma empresa
Publicado em 17 de setembro de 2018 | 15:25 |Por: Cleide de Paula
Conhecida também como a “quarta revolução industrial”, a implementação de processos automatizados a partir de comando numérico computadorizado (CNC), robôs, inteligência artificial e outros sistemas digitais nas fábricas vem se constituindo globalmente como uma das mais fortes demandas no segmento produtivo. A Indústria 4.0 no setor moveleiro abrange não apenas as etapas de produção do mobiliário, mas atravessa todos os aspectos destas empresas, desde a gestão e aquisição de matérias-primas até o envio de projetos a serem executados nas máquinas operacionais.
Quando se fala do conceito de Indústria 4.0 no setor moveleiro, é preciso considerar uma multiplicidade de aspectos de digitalização interna da empresa. Neste sentido atenta-se para a formação de redes entre computadores, impressoras e equipamentos, armazenagem de dados em nuvem, reposição automática de matérias-primas, softwares ERP multiplataforma, modelagem de projetos em 3D, ordens de produção automáticas, entre outras facetas que perpassam desde a alta administração até o chão de fábrica.
Pensando nessa pluralidade de elementos que, combinados, constituem a indústria moveleira 4.0, o consultor especializado em processos industriais para móveis, Claudio Perin, lançou um questionário para medir o grau de maturidade digital das empresas do setor. Ao responder 25 perguntas, o usuário recebe uma avaliação em porcentagem: resultados acima de 70% significam um caminho consolidado, ao passo que abaixo de 30% é um alerta para riscos à sobrevivência do negócio.
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Entretanto, segundo Perin, a qualidade da Indústria 4.0 no setor moveleiro não se constitui apenas por meio da soma de diferentes áreas digitalizadas de uma empresa. Mais relevante é a integração entre todos estes elementos, ou seja, a maneira como eles se conectam e possibilitam um tráfego mais fluído de informações entre os diferentes departamentos da indústria, reduzindo o agir humano na transição das etapas e favorecendo a automatização dos processos.
Vantagens da Indústria 4.0 no setor moveleiro
“Chegamos num ponto decisivo: quem sabe conectar esses pontos é quem vai fazer a diferença. Mesmo quando tenho toda estrutura implementada, ainda pode faltar a conexão entre as partes. É isto que irá permitir às informações e ações fluírem entre os departamentos das empresas de maneira automatizada. Hoje no mercado existem muitas empresas que oferecem produtos e serviços relacionados à Indústria 4.0 ao empresário moveleiro, mas de modo separado, sem uma visão integral do negócio, com todos os pontos convergindo para o mesmo objetivo. Mas é quanto a esta integração que o setor de móveis precisa estar atento”, diz o consultor.
– Desafios e benefícios da manufatura avançada na indústria moveleira
Perin exemplifica dizendo que a Indústria 4.0 no setor moveleiro está mais desenvolvida na proporção em que mais setores da empresa estão conectados. Dessa maneira, é melhor ter dez processos automatizados que se comunicam entre si do que 12 dos quais só a metade age de modo integrado.
Chegamos num ponto decisivo: quem sabe conectar esses pontos é quem vai fazer a diferença. Mesmo quando tenho toda estrutura implementada, ainda pode faltar a conexão entre as partes
“Tal conectividade acelera a tomada de decisão, aumenta a eficiência e produtividade, além de reduzir a ocorrência de erros na recepção e registro das informações. Ao retirar o ser humano da tomada de decisões, gasta-se menos tempo com máquinas paradas e operações manuais entre as etapas de envios de projetos de mobiliário para a linha de produção”, exemplifica Perin.
O consultor ainda afirma que a Indústria 4.0 é um conceito aplicável nos mais diferentes tipos de indústrias moveleiras: seriadas, planejadas e mesmo o sob medida. Contudo, a demanda cresce na medida em que aumenta a customização e personalização do processo produtivo. Isso porque estas operações exigem informações mais precisas quanto às especificidades em matérias-primas, design e dimensões das peças, o que aumenta a margem de erro – equivalente a desperdício de recursos e de tempo – em situações de não-automação.