Interprint realiza terceiro What’s Poppin com tema Simplicidade Arcaica
Criadora de décors para o revestimento de móveis, Interprint apresenta 17 décors que resumem as pesquisas de tendência de consumo da empresa
Publicado em 12 de novembro de 2021 | 15:00 |Por: Thiago Rodrigo
A fabricante de papéis decorativos para o revestimento de móveis, Interprint, realizou durante o mês de novembro com clientes o terceiro What’s Popping do ano. Após tratar do “Espaço que habitamos” abordando as adaptações que estavam acontecendo em meio à pandemia e “Future Thinking”, expondo inovações e pensando o futuro com base na ferramenta Design Thinking (ambos realizados virtualmente), o tema da vez é Simplicidade Arcaica (com ações presenciais e virtuais).
Apesar de misterioso em um primeiro momento, o nome da perspectiva que a Interprint mostra aos fabricantes de painéis de madeira e à indústria moveleira no geral não considera apenas o ano 2021, mas da atual relação das pessoas com a tecnologia.
“Simplicidade arcaica tem a ver com os últimos tempos, falta de contato e lazer, sendo basicamente uma reação à tecnologia e a todo momento que as pessoas estão com o celular, se divertindo através da tela, vendo as pessoas através da tela, trabalhando em uma tela”, explica a designer de produtos da Interprint, Carolina Vitola.
Neste momento, segundo ela, as pessoas querem se apegar e fazem resgates ao passado, apoio a sentimentos e definição da personalidade para mostrar quem cada pessoa é para resgatar, de alguma forma, o que foi perdido. Por isso, a empresa separou esse momento das pessoas em três drivers: voltar à natureza, voltar às raízes e voltar ao essencial, cada um deles tendo três microtendências e muitos décors que buscam expressá-las.
Voltar à natureza
A falta de contato com a natureza é compensada e três microtendências resumem bem isso: limites difusos, neoestética rústica e idade da pedra. Aceitar a imperfeição é um retrato disso, assim como a natureza que não produz linhas retas ou ângulos, um voltar à natureza tem materiais mais crus. “É uma forma de entendermos, nesse momento, que a natureza precisa prosperar para a gente prosperar também. É uma consciência coletiva de que é preciso conectar com a natureza para ter bem-estar”, diz Carolina. Materiais crus, linhos, a biofilia, compõe esse cenário.
No limites difusos, o interno e externo das casas são agregados com vidros, sacadas e áreas semelhantes, com um jardim dentro de casa, como Urban Jungle ou Home Jungle. A neoestética rústica é uma inspiração nas casas de fazenda com materiais rústicos e pesados e inseridas dentro de uma estética contemporânea com linhas modernas trabalhando com o rústico. A idade da pedra traz a estética rústica da pedra para equilibrar os sentidos em relação à tecnologia. “É um grande caminho, principalmente pedras naturais, para transformar o antigo industrial, sendo um estilo industrial moderno”, diz Carolina.
Dentro do conceito de “voltar à natureza”, a empresa tem seis décors relacionados com diferentes gamas de cores, com diferentes décors de pedras de características díspares das que estão em alta na atualidade: Twinkle, Kjerag, Blacksmith, Xisto, Verit e Jaro – alguns deles se enquadram em um grupo de “falsos unicolores”, sendo uma cor ao ser vista de longe, mas com detalhes quando observada de perto, sendo um décor híbrido.
Voltar às raízes
É o contato com a cultura, com o resgate ao passado e a materiais que tem uma história, como por exemplo o trançado das cadeiras de palhas que remetem a algo antigo. “É um resgate à cultura ao povo indígena, aos antepassados e gerar uma nova lembrança”, destaca Carolina.
O Cottagecore é uma microtendência e evoca a tradição da vida rural, não só a estética, e por isso as pessoas, inclusive pessoas jovens, dão valor à uma horta, ao tricô e outras coisas feitas à mão, para contrabalancear o excesso de trabalho. O Grandmillenial mescla dentro de uma decoração elementos antigos como móveis pesados com uma peça de design e algo moderno, que compõe dentro de uma nova estética. O Mediterrâneo Moderno lembra a estética minimalista de casas do sul da Itália com o terracota presente e a sensação de cores que aquecem e trazem a memória da praia e da leveza.
Os padrões do voltar às raízes buscam a memória, a madeira com cara de madeira: Vidar, que brinca com as tábuas e catedrais fortes; Eloise, uma nogueira com aspecto orgânico e escorrido; Atena, com aspecto de linheiro; Sierra, uma madeira tropical; e o Naulo, uma madeira híbrida.
Voltar ao essencial
“Não tenha nada na sua casa que você não sabe se é útil ou que seja só bonito”, resume Carolina sobre esse conceito. É um valor que retrata bem ao atual momento, com as pessoas procurando ter o que precisa e o que importa para elas dentro de casa, com coisas que fazem elas se sentirem bem. “Tem o móvel da última moda, mas a grande maioria das pessoas querem se sentir bem e gostar daquilo que tem, com cada um dando seu toque de personalidade”. É um momento de reconexão e viver com menos.
São três microtendências: cocooning, novo minimalismo e japandi. O primeiro tratar dos ambientes como um casulo, do aconchego e ter a proteção em casa, com peças arredondadas, circulares e fazem acessar de forma instintiva o conforto. O novo minimalismo trata do ter o essencial, entender o que quer ter em casa tendo coisas com apelos sentimentais, diferente do minimalismo dos anos 1990, mas tendo a pureza e ambiente clean. O último é um novo escandinavo com a decoração oriental japonesa inspirado no escandinavo com um ambiente sem tantas informações, mas esteticamente saindo do branco, claro e reto, tendo um vermelho pontual, por exemplo.
Entre os décors, o Reed tem bastante poros; Durini tem catedrais e nós, mas de forma mais leve; Rovere Icon sendo clean e flat e um padrão com grande potencial comercial; Leander é da família das nogueiras e tem estrutura díspar com estrutura mais básica; Titan Geflecht que pode ser um falso unicolocor oriundo de metalizado e com a sensação de textura; e Marte sendo um tecido com trama, parecendo um linho com efeito provocado por um cilindro de tinta metalizada.