O que o brasileiro deseja para sua casa nos próximos dez anos?
Pesquisa da Hibou mostra o que o brasileiro deseja para a casa nos próximos dez anos
Publicado em 27 de abril de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
Em dez anos, muita coisa muda. Se em dois anos, nos dias atuais, as transformações na sociedade são rápidas, com muitos costumes e hábitos mudando de maneira veloz, o que dizer de uma década. Todavia, foi esse o período que a Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, estipulou para saber sobre o que o brasileiro deseja em suas residências.
Na pesquisa “Casa do Futuro”, feita com 2398 pessoas de todo o País, a Hibou procurou responder como será a residência do brasileiro em 2031, quais serão as prioridades para suas moradias, o que é apontado como principal desejo em relação à tecnologia, conforto, layout e facilidades dentro dos lares brasileiros, entre outras questões relevantes sobre o morar, que impacta totalmente o setor moveleiro.
Casas no futuro
Sobre a intenção de consumo do brasileiro, condicionado ao movimento econômico e ao barateamento das tecnologias conforme curva de adoção e produção, foram comparados os períodos de 2021, 2026 e 2031. As porcentagens são cumulativas e alteradas com o passar dos anos. Com a possibilidade de optar por mais de uma resposta, os participantes informaram variação de comportamento para o período atual e para daqui a 5 e a 10 anos. Os temas abordados foram Tecnologia, Conforto, Layout e Facilities.
Metodologia
2.398 brasileiros responderam à pesquisa de forma digital, entre 16 e 18 de julho de 2021, garantindo 95% de significância e 2% de margem de erro nos dados revelados. Entre os entrevistados, 35% têm idade entre 36 e 45 anos, 57,2% são do gênero feminino, 53,5% são casados, 34% se declararam solteiros. 30,8% afirmaram ter renda familiar entre R$ 3.001 e R$ 6.000.
No quesito tecnologia, nos três períodos, a pesquisa da Hibou contou com respostas sobre rede elétrica ser mais eficiente para comportar maior demanda de aparelhos, além de maior segurança em relação a pisos antiderrapantes e a comodidade da automação residencial e dos assistentes de voz.
Para daqui a dez anos, a segurança, para além da estética na decoração, foi escolha da maioria; e 89,2% demonstraram desejo de poder conectar os aparelhos eletroeletrônicos sem que a fiação elétrica fique à mostra e 75,1% indicaram pisos com antiderrapante para garantir maior segurança e conforto familiar.
Nesse sentido, esconder os fios embutindo-os nos móveis ou esconder seguindo o pé da mesa são tendências para o mobiliário nos próximos anos, melhorando a sinergia do mesmo com os eletroeletrônicos e eletrodomésticos da casa. São desejos dos consumidores mais do que ter um assistente de voz que ajude a controlar a casa e realizar as tarefas (24,8%) ou ter mais automação com luzes, cortinas e outros conectados via Wi-Fi (45,2%).
Impacto da pandemia
Com a pandemia de coronavírus, o brasileiro ressignificou sua moradia, segundo o estudo, selecionando outras prioridades e definindo metas de onde passar mais tempo em casa com prazer e com privacidade para todos os moradores. Em 2021, para 26,8% dos respondentes, teve reforma na casa, enquanto 41% pretendiam fazer no último trimestre de 2021. Para 67,5%, pintar a casa é considerado um tipo de reforma e pretendiam executar essa mudança na casa, enquanto outros 49,5% mostraram dispostos a fazerem pequenos reparos e 38,1% pequenas melhorias.
Em relação ao conforto do lar, os desejos são direcionados ao uso efetivo da casa e aprendizados provindos da pandemia, período em que se notou a importância de ter mais espaço para as crianças brincarem e mais organização dos itens em armários (81,3% em dez anos). Além desses fatores, as facilidades para a limpeza (88,2%) e maior comodidade para receber os amigos (82,1%) estão entre as principais respostas dos entrevistados.
A maioria dos brasileiros prefere que haja maior circulação de ar seja atualmente, daqui a cinco ou dez anos. Na sequência, a escolha foi por ter um espaço de convivência para a família (84,9%). Além disso, a luz natural, o espaço fixo para escritório e o local para guardar itens pouco utilizados também foram citados. O comportamento de higienização de sacolas, bolsas e sapatos foi mantido mesmo para os próximos anos, com o desejo de se ter uma área para higienização dos itens na entrada da residência.
– Célula robótica permite padronização e mobilidade
Com 88,5% das pessoas querendo mais organização dentro dos armários, com facilidade para achar as coisas e pegar o que quer, surge uma oportunidade para as indústrias moveleiras melhorarem seus espaços internos, ajudando os moradores ou, talvez, perdendo a competição para o trabalho de personal organizer, que utilizam diferentes apetrechos para ajudar na melhor organização interna dos armários, tarefa que poderia ser feita ou ajudada pelo mobiliário.
O design do mobiliário nos próximos anos também pode atender o desejo do brasileiro de ter mais facilidade na limpeza, otimizando o tempo com esse tipo de tarefas da casa. Com as áreas sociais de condomínios e áreas sociais multifuncionais, a casa passa a ser sinônimo de acolhimento, com mobiliário e outros produtos, também decorativos, que propicie a comodidade e funcionalidade, além da beleza.
Perfil
56% dos respondentes declararam morar em residências próprias e 23%, em casas alugadas. A longevidade da moradia é alta. 47% residem no mesmo endereço há mais de 10 anos e 15%, entre 5 e 10 anos. Quando questionados sobre a intenção de compra, embora 42% tenham afirmado não terem planos de adquirir um imóvel, 9% pretendem fazer o investimento nos próximos 12 meses e 28% desejam comprar um imóvel nos próximos 5 anos.
Sobre facilities, entre os primeiros lugares está ter mais segurança com o uso de diversos equipamentos, seguido por paredes que sujem menos ou sejam mais fáceis de limpar (84,9%, o que pode ser uma oportunidade para painéis de madeira?), além de melhor conforto térmico e isolamento acústico. As facilidades relacionadas à sustentabilidade como reuso de água e energia solar, foram citadas entre aquelas que poderão ser adquiridas nos próximos anos.
“Ficar em casa no período de pandemia fez o brasileiro ter descobertas importantes como o cuidado com a propagação do som – tanto o seu, quanto o do vizinho – ou as variações térmicas que eram desconhecidas antes do período de isolamento”, completa Lígia.
A Casa do Futuro, de forma geral, segundo conclui o estudo, será conectada, vigilante, confortável, adaptada e verde, esse último possibilitado pelo uso de energia solar e reuso de água, enquanto a luz natural (75,2% em dez anos) e a ventilação (86,1%), são pontos cruciais para o conforto da casa. Ainda que não seja uma das primeiras escolhas no layout da casa, 65,5% desejam ter um escritório ou espaço próprio para home office em suas residências.
“A pesquisa aponta mudanças de comportamento e consumo bem interessantes com o passar dos anos, e, vale ressaltar que a simplicidade, o conforto e a segurança do lar estão em alta entre os brasileiros. A casa do futuro reúne a comodidade de uma casa aconchegante e sustentável com as tendências tecnológicas que, em breve, farão parte da maioria dos lares do Brasil, como o painel solar e a automação residencial”, afirma Ligia Mello, responsável pela pesquisa e sócia da Hibou.
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