Oportunidades de exportação de móveis para os Estados Unidos
Indústria moveleira brasileira tem oportunidades de exportação nos Estados Unidos, inclusive com presença na Expo Mueble, que começa amanhã
Publicado em 14 de fevereiro de 2023 | 12:12 |Por: Thiago Rodrigo
A Expo Mueble 2023 começa amanhã, com a participação de dezenas de empresas brasileiras tanto expondo no evento como participando de rodadas de negócios organizadas pela Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), por meio de Missão Comercial do Projeto Setorial Brazilian Furniture. Ocorrendo em Guadalajara, no México, as ações visam estreitar ainda mais a relação da indústria brasileira de móveis com o mercado mexicano e latino-americano. Além da Expo Mueble ser também uma ótima oportunidade para a exportação de móveis para os Estados Unidos, ao ampliar o networking com compradores do país vizinho ao México, que tem grande participação no evento e é o principal destino do mobiliário brasileiro no exterior.
Maior economia do mundo e considerada a nona em termos de complexidade (que utiliza a pauta exportadora de um país para medir a sofisticação tecnológica da produção), os Estados Unidos foram responsáveis por receber mais de 35% do total de mobiliário exportado pela indústria moveleira nacional em 2022.
Dados oficiais indicam que em 2021, 47,1% do consumo de móveis dos EUA foi suprido pelas importações, com o consumo doméstico crescendo e a produção interna caindo no ano, como é possível ver na tabela abaixo. Cenário, este, particularmente favorável para exportadores de móveis de mercados em ascensão, como o brasileiro.
Em 2021, as importações americanas de móveis e colchões totalizaram US$ 49,1 bilhões em valores nominais. Um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Em volume, os Estados Unidos importaram 11,7 milhões de toneladas de móveis prontos e colchões no ano.
Exportações brasileiras e mercados concorrentes
A China continua sendo a principal origem das importações de móveis para os Estados Unidos. Relação, contudo, que vem perdendo o fôlego nos últimos anos, devido às disputas comerciais entre os dois países, o que pode ser uma oportunidade para a indústria brasileira de móveis, que se coloca como uma alternativa mais próxima, sustentável e livre de restrições comerciais para o mercado americano.
As vendas de móveis e colchões brasileiros para os Estados Unidos apresentaram variações ao longo do tempo, vivenciando um período de queda a partir de 2006, mas que foi revertido, contudo, crescendo a partir de 2010 e batendo o recorde da série histórica no ano de 2021.
– Contribuição da tecnologia no processo de compra
Entre 2017 e 2021, foco da análise do estudo realizado pelo Iemi com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, a receita das exportações brasileiras para os EUA cresceu 120%, passando de US$ 152 milhões em 2017, para US$ 334,5 milhões em 2021. Isto é, um crescimento de 21,8% ao ano.
Em volume, o Brasil exportou 110,7 mil toneladas de móveis e colchões para o país norte-americano no ano de 2021. Quantitativo que representou variações positivas de 122,1% comparando-se a 2017, e de 17,9% em relação ao ano anterior.
Exportação de móveis para os Estados Unidos
Entre os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, observou-se que a categoria de móveis deteve a maior participação em 2021, expressando 91% do total exportado. Boa parte das linhas de mobiliário apresentaram desempenho elevado no período, com destaques percebidos para os “móveis de madeira para cozinha” e “outros assentos”.
Em 2021, o preço médio das exportações brasileiras no setor para os Estados Unidos foi de US$ 3,02 / kg. O valor representa alta de 13,3% em relação a 2020. No entanto, seguiu ainda abaixo da média geral das importações americanas, que foi de US$ 4,18 / kg. Demonstrando, assim, mais um diferencial competitivo da indústria brasileira de móveis.
“Por tudo o que foi estudado e analisado, entende-se que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a curto e médio prazos, ou seja, entre três e cinco anos, de US$ 61 milhões em suas exportações no setor para os Estados Unidos. Podendo atingir, dessa forma, um patamar de US$ 395,5 milhões”, projetam os especialistas do Iemi. Tal desempenho significaria um crescimento de 18,2%.
“Para que isso aconteça, claro, se faz de suma relevância a continuidade das ações em andamento, em especial aquelas que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, reforçam.
Um exemplo nesse sentido é o que vem sendo feito por intermédio do Design Brasil + Indústria, programa de design integrado à indústria idealizado pela Abimóvel e pela ApexBrasil a partir do Brazilian Furniture.
Reunindo designers e fabricantes de móveis, integrando, assim, o melhor da tecnologia e do feito à mão, mais de 90 peças foram desenvolvidas apenas no ano passado. Com diversos desses produtos devendo ser exibidos em ações exclusivas nos maiores eventos do setor no mundo, incluindo a ICFF (International Contemporary Furniture Fair) e a Semana de Design de Nova York.
As informações são do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Estados Unidos”, desenvolvido com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture.