Produção de móveis aumentou 6,5% em volume em maio, diz Abimóvel
Mercado interno aquecido reflete em bons números na indústria e no varejo de móveis e colchões no mês de maio, segundo Abimóvel
Publicado em 27 de setembro de 2021 | 08:00 |Por: Portal eMóbile
A produção de móveis e colchões no Brasil atingiu 31,7 milhões de peças em maio de 2021. Número que representa um aumento de 6,5% no volume produzido em comparação ao mês anterior. A informação foi divulgada pela Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, por meio da “Conjuntura de Móveis”, relatório mensal encomendado pela entidade e desenvolvido pelo Iemi – Inteligência de Mercado.
A alta no mês, após um recuo de 18,3% em abril sobre março, puxou mais uma vez o acumulado do ano para cima, com os resultados de janeiro a maio de 2021 apresentando crescimento de 29,5% sobre igual período em 2020. A produção moveleira no segundo trimestre do ano passado foi abruptamente prejudicada pelas restrições físicas impostas durante a primeira onda da pandemia de Coronavírus no Brasil. Ainda assim, o indicador do acumulado do ano, que só cresce mês a mês, demonstra atividade sustentada e aquecida na indústria de móveis em 2021.
Volume de peças produzidas em milhões
Como fator comparativo, a produção na indústria de transformação como um todo teve aumento de 8,5% em maio de 2021. Este percentual reflete um avanço de 14,7% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, em que todos os segmentos industriais foram afetados pela pandemia. Tal panorama deixa clara a relevância dos números alcançados pelo setor moveleiro no período, superiores a outros importantes setores produtivos no Brasil.
O consumo aparente de móveis e colchões em maio de 2021 também foi maior do que em abril: 30,1 milhões de peças. Representando, assim, crescimento de 8% em relação ao mês anterior e devolvendo o indicador à casa dos mais de trinta milhões, média dos últimos meses. Também houve aumento no acumulado do ano: +26,8%. A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional foi de 3,7% em maio ante 3,1% em abril.
Emprego e média salarial crescem
Com o aumento no volume produzido e no consumo aparente de móveis e colchões no País, cresceu também o volume do emprego na indústria moveleira em maio: +0,1% após queda de 0,8% no mês antecedente. Apesar de aparentemente tímido, tal resultado traz consigo um salto significativo nos dados de emprego no acumulado do ano, que foi de 3,6% para 6% de janeiro a maio de 2021 em relação a igual período em 2020.
– Abimóvel articula soluções junto à indústria do aço
O número de horas trabalhadas também cresceu: +3,9% sobre abril e 21,4% no acumulado do ano. Avanço também na média salarial, com aumento de 2,4%, atingindo R$ 1.531,22 em maio de 2021, quando comparado com o mês anterior. O número já revela crescimento de 3,1% no ano. Indicativo positivo tanto para a indústria quanto para a economia nacional, com a produtividade do trabalho, ainda, crescendo 2,5% em maio sobre abril e 6,7% de janeiro a maio de 2021.
Balança comercial
Se o consumo doméstico voltou a crescer em maio, o mercado internacional, em contrapartida, apresentou recuo nos últimos meses: as exportações de móveis e colchões caíram 3,4% na passagem de abril para maio, totalizando US$ 80,6 milhões em negócios; seguida por nova queda em junho, -9,2%, atingindo o montante de US$ de 73,1 milhões, segundo os critérios avaliados pelo IEMI.
Ainda na contramão do mês anterior, o Brasil importou cerca de US$ 20,9 milhões em móveis e colchões em maio de 2021, o que representa aumento de 34,3% na comparação com abril, quando houve recuo de 25,3% nas importações. No mês seguinte, em junho, as importações voltaram a crescer, dessa vez 4,2%, totalizando US$ 21,7 milhões em negócios.
Para termos uma visão um pouco mais detalhada sobre o comportamento do comércio externo em maio e junho de 2021, separamos os resultados de alguns dos principais estados exportadores de móveis no Brasil:
Exportação de móveis
Junho/21 – em valores – (comparativo com maio/21)
Minas Gerais: -11,9%.
Paraná: +0,6%.
Rio Grande do Sul: -10,5%.
Santa Catarina: -16,6%.
São Paulo: -6,3%.
Importação de móveis
Junho/21 – em valores – (comparativo com maio/21)
Minas Gerais: + 14,4%.
Paraná: +9,3%.
Rio Grande do Sul: + 0,4%.
Santa Catarina: +8,3%.
São Paulo: -9,3%.
Boas novas no varejo de móveis
Com o mercado interno aquecido, portanto, as vendas no comércio varejista doméstico apresentaram crescimento de 14,1% no volume de peças comercializadas em maio sobre abril de 2021. No acumulado do ano, o indicador registrou variação ainda maior, na ordem de 21,8%. As vendas em valores, por sua vez, também registraram crescimento tanto no comparativo com o mês anterior (+15,3%) quanto no acumulado do ano (+26,3%).
Mais um ótimo indicativo para o setor de móveis é que diferente da previsão de mercado, os preços nacionais de mobiliário apresentaram queda em junho de 2021 frente ao mês anterior. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, houve queda de 0,16% na passagem dos meses. Ainda assim, o índice no varejo acumula um crescimento de 4,97% no ano — menor do que em junho, quando era de 5,1%. Ainda é muito cedo, porém, para apontarmos um ritmo decrescente na precificação de mercado.
A Abimóvel, no entanto, aponta que continua articulando e trabalhando junto aos produtores da cadeia de fornecimento e do setor público na busca de soluções que possam atenuar entraves e otimizar processos em nossa indústria. Possibilitando, entre outras ações necessárias, a redução de custos, preços mais competitivos e em acordo com o mercado nacional, bem como a melhoria no fornecimento de matérias-primas e insumos produtivos para a indústria moveleira.