Produção de móveis cai 0,6% em outubro
Em relação ao mesmo mês de 2020, produção de móveis tem queda de 23,2%, sendo 22,8% dentro do setor de bens de consumo duráveis
Publicado em 7 de dezembro de 2021 | 11:18 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis em outubro de 2021 caiu 0,6% em relação a setembro. Em relação ao mesmo mês de 2020, houve queda de 23,2%. Mesmo com a nova queda, o acumulado no ano que era de 16,7% em julho, de 11,4% em agosto, de 6,4% em setembro, ainda é positivo, com 2,4%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado dos últimos 12 meses, foi registrado alta de 3,6% na produção de móveis em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, menor que os 6,9% registrado no mês passado.
Indústria geral
Em outubro de 2021, a produção industrial nacional caiu 0,6% frente a setembro, na série com ajuste sazonal, quinto resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 3,7%. Já em relação a outubro de 2020, na série sem ajuste sazonal, a indústria recuou 7,8% em outubro de 2021, intensificando as reduções de setembro (-4,0%) e agosto (-0,6%).
No ano, a indústria acumula altas de 5,7%, no ano e, igualmente, de 5,7, em doze meses. O recuo de 0,6% da indústria em outubro, frente ao mês anterior, alcançou três das quatro das grandes categorias econômicas e 19 dos 26 ramos pesquisados.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a setembro, bens de consumo duráveis, ao recuar 1,9%, teve a taxa negativa mais acentuada em outubro de 2021, décima queda seguida e acumulando nesse período perda de 28,3%. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,9%) também tiveram resultados negativos.
Para o gerente da pesquisa, André Macedo, mais do que o resultado do mês em si, chama atenção a própria sequência de resultados negativos, cinco meses de quedas consecutivas na produção, período em que acumula retração de 3,7%. “A cada mês que a produção industrial vai recuando, se afasta mais do período pré-pandemia. Nesse momento, está 4,1% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, analisa.
– Móbile Talks com Áureo Calçado Barbosa
De acordo com Macedo, o resultado de outubro mantém uma característica que vem sendo observada ao longo do ano: predominância de taxas negativas e diretamente afetada pelos efeitos da pandemia da Covid-19.
“Para além da perda na margem, há um espalhamento dos resultados negativos: são três das quatro categorias econômicas e 19 das 26 atividades no campo negativo. O ano de 2021 está bem marcado por esse comportamento de menor intensidade” observa Macedo.
Ele destaca ainda que os efeitos da pandemia sobre o processo produtivo ficam muito evidentes em função da desarticulação da cadeia produtiva, o que leva ao encarecimento dos custos de produção e ao desabastecimento de matérias-primas e insumos produtivos para a fabricação de bens finais.
“Pelo lado da demanda doméstica, também permanece uma série de características que a gente já vem elencando mês a mês para justificar o comportamento negativo ao longo do ano: inflação elevada, que diminui a renda disponível das famílias, e um mercado de trabalho que está longe de mostrar uma recuperação consistente, uma vez que ainda existe um grande contingente de trabalhadores fora dele, com uma massa de rendimentos que não avança e marcado pela precarização do emprego. São fatores que também ajudam a explicar por que a produção vem mantendo um comportamento de menor intensidade. Tirando os meses de janeiro, que teve um avanço de 0,2% e maio, com alta de 1,2%, os outros oito meses tiveram taxas negativas”, acrescenta o gerente da pesquisa.