Produção de móveis cai 1,1% em agosto comparado a julho
Acumulado da produção de móveis no ano registra -18,5%, enquanto acumulado dos últimos 12 meses é de -20%
Publicado em 11 de outubro de 2022 | 07:21 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis em agosto de 2020, comparado a julho de 2022, caiu 1,1%. O resultado é a terceira queda consecutiva após o crescimento assinalado no mês de maio em comparação a abril. Após a produção de móveis registrar queda de 19,8% no primeiro semestre de 2022, segue o segundo semestre em baixa.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a agosto de 2021, o setor moveleiro registrou queda de 13,8%. Após ter a maior queda da indústria geral em todo o ano (-14,8% em julho, após -9,3% em junho, -8,1% em maio -11,6% em abril, -22,7% em março, -28,3% em fevereiro e -33% em janeiro), desta vez empatou “Produtos de madeira”. Contudo, importante lembrar sempre que o ano de 2021, foi um dos melhores da história da indústria moveleira brasileira.
No acumulado do ano, a produção de móveis é de -18,5% comparada a igual período do ano anterior, a menor entre as atividades industriais e muito menor que os -1,3% da indústria geral. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis tem recuo de 20%, novamente a menor entre as atividades industriais.
Indústria geral
Em agosto de 2022, a produção industrial nacional caiu 0,6% frente a julho, na série com ajuste sazonal, eliminando o avanço de 0,6% do mês anterior. Frente a agosto de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 2,8%, após recuar em junho (-0,4%) e julho (-0,4%). No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, queda de 2,7%.
Na queda de 0,6% da indústria na passagem de julho para agosto, duas das quatro grandes categorias econômicas e oito dos 26 ramos pesquisados mostraram redução na produção. Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
– Exportações de móveis em julho
Na comparação com agosto de 2021, o setor industrial avançou 2,8% em agosto de 2022, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,0% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que agosto de 2022 (23 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (22).
Análise da indústria
“A produção industrial mostrou melhora no seu ritmo ao logo de 2022, o que fica expresso, especialmente, na maior frequência de resultados positivos ao longo do ano: avançou em cinco dos oito meses de 2022. Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Com esses resultados, o setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente e apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, analisa Macedo.
Pelo lado da demanda doméstica, o pesquisador também ressalta que, apesar das medidas de incremento de renda, as famílias continuam sendo afetadas negativamente por juros e inflação em patamares elevados. “Isso aumenta os custos de créditos, diminui a renda disponível e faz com que as taxas de inadimplência fiquem em níveis mais elevados”, diz.