Produção de móveis cai 36,7% em abril sob impacto da pandemia de coronavírus

Em comparação a abril de 2019, a queda foi de 63,8%, no que são os primeiros resultados do impacto do coronavírus na economia e na produção de móveis

Publicado em 3 de junho de 2020 | 10:42 |Por: Thiago Rodrigo

A produção de móveis, conforme apontado pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), teve queda de 36,7% em abril comparado a março deste ano. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o quarto mês do ano apontam o impacto da pandemia de coronavírus na economia brasileira em um mês completo. Em comparação a abril de 2019, a queda foi ainda mais acentuada, de 63,8%.

Indústria geral

A produção industrial geral caiu 18,8% em relação a março de 2020, (série com ajuste sazonal), queda mais acentuada desde o início da série histórica, em 2002. Esse é o segundo mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período perda de 26,1%. Em relação a abril de 2019 (série sem ajuste sazonal), a indústria recuou 27,2%, sexta queda consecutiva e o recorde negativo da série histórica nessa comparação.

Vendas no varejo recuam em abril

A indústria acumulou redução de 8,2% no ano. No acumulado em 12 meses, a indústria recuou 2,9%. A queda de 18,8% na passagem de março para abril de 2020 foi a mais acentuada desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2002. Conforme aponta o PIM-PF, esse resultado se refletiu na expansão do número de segmentos com taxas negativas, que atingiram todas as quatro grandes categorias econômicas e 22 dos 26 ramos pesquisados. Dessa forma, é evidência do aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia da Covid-19.

produção industrial Máquinas e equipamentos

O segmento de bens de capital (-41,5%) também teve redução mais elevada do que a média nacional (-18,8%) e marcou a queda mais acentuada desde o início da série histórica. Dentro desse segmento, máquinas e equipamentos caíram 30,8% na passagem de março para abril de 2020, e 41,3% de abril de 2020 para abril de 2019.

Nas grandes categorias econômicas, em relação a março de 2020, bens de consumo duráveis (do qual a produção de móveis se encontra), teve recuou de 79,6%, sendo a queda mais acentuada em abril de 2020. Essa redução foi a mais intensa desde o início da série histórica e marcou o terceiro mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 84,4% nesse período.

A influência negativa mais relevante nas atividades industriais foi assinalada por veículos automotores, reboques e carrocerias (-88,5%), pressionada, em grande medida, pelas paralisações/interrupções da produção ocorridas em várias unidades produtivas, por conta dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19. Com isso, esse ramo intensificou o recuo observado no mês anterior (-28,0%) e apontou a queda mais intensa desde o início da série histórica.

Apenas três ramos ampliaram a produção no mês de abril de 2020, como era de se esperar. Produtos alimentícios (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%), com ambos voltando a crescer após recuarem no mês anterior: -1,0% e -11,0%, respectivamente.

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