Produção de móveis começa 2022 em baixa

Em janeiro, produção de móveis teve queda de 5% em relação ao mês anterior, enquanto diminui amplamente em relação a janeiro de 2021

Publicado em 9 de março de 2022 | 12:00 |Por: Thiago Rodrigo

A produção de móveis em 2021 registrou queda de 5% em relação ao mês de dezembro de 2021. Em relação a janeiro de 2021, o setor moveleiro teve expressiva queda em sua produção de móveis, com diminuição de 33%, a mais alta entre as atividades industriais. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor de bens de consumo duráveis (-25,8%) apresentou o sétimo resultado negativo consecutivo na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O segmento foi pressionado, em grande medida, pela redução na fabricação de automóveis (-29,8%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (-28,1%) e da “linha marrom” (-20,1%). Além disso, os grupamentos de outros eletrodomésticos (-29,9%) e de móveis (-41,6%) também tiveram quedas importantes. Por outro lado, o principal impacto positivo veio da maior produção de motocicletas (56,9%).

Indústria geral

A produção industrial registrou redução de 2,4% em janeiro de 2022 frente ao mês anterior, eliminando assim grande parte do avanço de 2,9% registrado em dezembro de 2021. Com isso, a indústria se encontra 3,5% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. No confronto com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 7,2%.

“Verificamos que o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”, destaca o gerente da pesquisa, André Macedo.

O pesquisador ressalta que a expansão verificada em dezembro de 2021, pode estar relacionada a antecipação da produção, por conta de janeiro ser um mês muito marcado por férias coletivas e paralisações. Ele também lembra que o comportamento negativo do setor industrial verificado nesse mês e algo que já vem sendo observado há mais tempo, com o ano de 2021 tendo registrado oito taxas negativas.

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“Até no indicador acumulado dos últimos doze meses, no qual a indústria permanece em crescimento, com expansão de 3,1%, os avanços perdem cada vez mais a intensidade. Em agosto de 2021, a taxa chegou a registrar 7,2%. Em setembro, foi para 6,5%, 5,7% em outubro, 5,0% em novembro e 3,9% em dezembro.”, pontua Macedo. Na comparação com dezembro de 2021, 20 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram recuo na produção. Frente a janeiro de 2021, 18 registraram queda.

“A indústria vem sendo afetada pela desarticulação das cadeias produtivas por conta da pandemia, tendo no encarecimento dos custos de produção e na dificuldade para obtenção de insumos e matéria-prima para a produção do bem final, características importantes desse processo. Além disso, os juros e a inflação em elevação, juntamente com um número ainda elevado de trabalhadores fora do mercado de trabalho, ajudam a explicar o comportamento negativo da indústria.”, analisa Macedo.

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