Produção de móveis cresce 1,6% em maio
Depois de cair em março, produção de móveis registra alta em relação ao mês anterior; acumulado do ano tem é de -25% em comparação a 2021
Publicado em 11 de julho de 2022 | 06:00 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis em abril de 2022 cresceu 1,6% em relação a abril. Após crescer em fevereiro, decrescer em março e voltar a crescer em abril, a produção de móveis se mantém por cima no quinto mês do ano.
O acumulado do ano é de -21,8% em relação ao mesmo período de 2021, a menor entre as atividades industriais e muito menor que os -2,6% da indústria geral.
Em relação a maio de 2021, o setor moveleiro segue no ritmo da “normal” queda, considerando os ótimos números de 2021. Registrou queda de -8,1%, após -11,6% em abril, -22,7% em março, -28,3% em fevereiro e -33% em janeiro.
No acumulado dos últimos 12 meses, a produção de móveis tem recuo de 19,2%, novamente a menor entre as atividades industriais. Na média móvel trimestral, o trimestre março, abril e maio teve aumento de 0,3% comparado ao trimestre anterior fevereiro, março e abril.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Indústria geral
Em maio de 2022, a produção industrial nacional variou 0,3% frente a abril, na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 0,5%. No ano, a indústria acumula queda de 2,6% e em 12 meses, o acumulado foi -1,9%.
A produção industrial, ao assinalar variação positiva de 0,3% em maio de 2022, marcou o quarto mês seguido de expansão, mas não eliminou o recuo de 1,9% registrado em janeiro último.
No resultado desse mês, verifica-se comportamento predominantemente positivo, uma vez que 3 das 4 grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção.
Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Análise da produção
André Macedo, gerente da pesquisa, aponta que, de uma maneira geral, há uma melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses que pode estar relacionada às medidas de incremento da renda implementada pelo governo (liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas).
“Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento”, analisa.
Mas ele ressalva que, no computo geral, a indústria ainda se ressente de fatores observados mês a mês que limitam a recuperação das perdas do passado, como inflação em patamares mais elevados reduzindo a renda das famílias, taxa de juros alta encarecendo o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com a característica de uma massa de rendimentos que não mostra avanço.
“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses”, diz Macedo.