Produção de móveis tem queda no volume e aumento na receita, diz Abimóvel
Produção de móveis de janeiro apresenta aumento de receita na comparação com dezembro de 2019
Publicado em 9 de abril de 2021 | 15:00 |Por: Thiago Rodrigo
A produção de móveis na indústria experimentou leve queda em volume em janeiro de 2021: -1,9% em relação a dezembro de 2020. No acumulado do ano, porém, houve aumento de 7,5%. O recuo não impactou negativamente a receita da indústria. Em janeiro, o aumento foi de 0,8% sobre dezembro, já no acumulado do ano houve um incremento de 33,2%. Isso totaliza mais de R$ 7,4 bilhões em receita na indústria no primeiro mês de 2021.
Produção de móveis
Do volume produzido, o consumo interno aparente, ou seja, o disponível no mercado interno, foi de 36,6 milhões de peças em janeiro. Alta de 7,9% em relação ao mês anterior. No acumulado no ano, por sua vez, o crescimento foi de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a participação dos importados no consumo aparente em janeiro de 2021 foi de 4,1%. Verificando-se participação de apenas 2,8% no acumulado dos últimos 12 meses.
Os números fazem parte da “Conjuntura de Móveis” de abril da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e o Iemi – Inteligência de Mercado.
Preço por peça
Apesar da melhor projeção em receita, o preço médio de produção de móveis também tem crescido, limitando as margens da indústria. Em janeiro, o valor médio foi de R$ 198,04 por peça. Com efeito, significa um aumento de 2,8% tanto em relação ao mês anterior quanto no ano.
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No varejo, o preço médio do móvel foi de R$ 203,58 por peça no primeiro mês do ano, acréscimo de 1,5% frente ao mês anterior. Antecipando-se aos dados disponíveis da produção industrial, em fevereiro de 2021, o preço médio teve novo reajuste de 1,11% no varejo, atingindo R$ 205,84 por peça.
Emprego na indústria
Com pedidos que continuam chegando, o volume do emprego na indústria moveleira manteve-se estável em janeiro de 2021: +0,4% no comparativo com dezembro de 2020 e +0,1% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2020. O setor moveleiro, aliás, é a categoria que mais empregou na indústria no primeiro mês do ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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O número de horas trabalhadas também apresentou crescimento: +0,6% em relação ao mês anterior e +7,6% no acumulado do ano. A produtividade do trabalho, porém, recuou em 2,5% em janeiro de 2021, mas ainda se encontra estável ao confrontarmos o acumulado do período no ano passado e neste ano (-0,1%). Houve recuo também na média salarial na indústria moveleira, que teve queda de 25,9% em janeiro, atingindo R$ 1.528,97, quando comparando-se ao ano anterior.
Nível de atividade
De acordo com a Confederação Nacional das Indústria (CNI), o nível de confiança na indústria ficou abaixo da média histórica em fevereiro deste ano. Ainda assim, manteve-se acima da linha divisória que separa “confiança do empresário” da “falta de confiança”. De forma semelhante, a intenção de investir também registrou queda, mas se mantém acima da média histórica.
No setor moveleiro, as importações de máquinas para fabricação de móveis apresentaram, no geral, recuo de 11,9% no acumulado do ano em relação a 2020. No entanto, destacam-se dois segmentos que vêm demonstrando avanços expressivos nos últimos meses. São eles: Máquinas-ferramentas para madeira (+331,7%) e Máquinas para desbastar, aplainar e fresar (+33,7%). Apontando evolução no segmento madeira.
Apesar da fragilização de todos os setores produtivos, portanto, a utilização da capacidade operacional se encontra no patamar mais elevado desde 2014, na comparação com o mesmo mês de anos anteriores, como aponta gráfico. Pontos que confirmam que, embora estejamos passando por um momento delicado, o setor industrial mantém o otimismo sustentado no trabalho e no planejamento focado. O que, sem dúvida, traduz muito bem o compromisso da indústria nacional.