Como obter qualidade técnica na pintura de móveis
Impressão é um processo que envolve muitas variáveis, mas que proporciona agregação de valor aos produtos finais das fabricantes
Publicado em 22 de agosto de 2018 | 18:20 |Por: Cleide de Paula
Conquistar uma alta qualidade técnica na pintura de móveis exige atenção para uma série de variáveis do processo industrial. As fabricantes precisam escolher entre as diversas tecnologias disponíveis no mercado, como a rotogravura, a hidrografia ou a impressão digital, por exemplo, bem como estarem atentas ao detalhamento técnico (e ao custo-benefício) dos cilindros, rolos, chapas e, claro, a tinta, geralmente à base de solvente ou de água.
A composição acertada dessas variáveis, somado ao modelo operacional e a mão-de-obra especializada, é o que irá definir o nível técnico na pintura de móveis de uma indústria. A excelência nessa área passa pelas características do cilindro, a dureza dos rolos de borracha que fazem a transferência da imagem para as chapas, as propriedades reológicas da tinta (consistência, viscosidade, poder tintorial, grau pigmentário), o sistema tintométrico das cores e a limpeza adequada do equipamento.
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Contudo, por mais diversos que sejam esses elementos, eles precisam convergir para um princípio fundamental, que é a resolução. A grosso modo, a resolução está na base de todos os processos gráficos e isso se estende à indústria moveleira. Sua qualidade aumenta quanto mais pontos houverem em um centímetro ou polegada quadrado(a).
Impressão remete à reprodução e a intenção das empresas é reproduzir padrões em diversas peças de maneira fiel e uniforme
O aumento da resolução permite, por exemplo, uma reprodução mais próxima da aparência da madeira natural, um dos desafios da indústria moveleira, mas também um diferencial das empresas no mercado. O diretor do Projeto Pack, Aisan Baer, que atua no ramo de consultoria para processos de impressão industrial e que também foi palestrante da Oficina MovelPrint durante o 9º Congresso Nacional Moveleiro, esclarece inicialmente que a expressão “pintura de móveis” é incorreta.
“Quando começamos a trabalhar com fabricantes de móveis, o processo era chamado de pintura, quando na verdade estamos falando de impressão. Pintura não se refere à reprodução, mas à produção de originais, como obras de arte, por exemplo. Já a impressão remete à reprodução, e a intenção das empresas é reproduzir padrões em diversas peças de maneira fiel e uniforme”, disse.
A importância da qualidade técnica na pintura de móveis
De acordo com Baer, a indústria moveleira ainda tem o hábito de pensar a pintura de móveis (ou a impressão de móveis) como um aspecto produtivo secundário. Entretanto, para ele, a qualidade técnica nesse quesito é mais importante do que serrar, furar e lixar, por exemplo, pois tais procedimentos não agregam tanto valor ao produto final quanto à imagem e a consistência visual.
“A definição de uma imagem que se parece muito com madeira original motiva o consumidor a comprar. Portanto é preciso olhar com cuidado para a impressão. A indústria moveleira no Brasil está habituada a copiar determinados padrões internacionais e, na sequência, outras empresas fazem a cópia desta primeira cópia, entrando em um ciclo de qualidade que só piora”, diz.
A SuperAr, empresa especializada em equipamentos, consultoria e treinamento em processos de tintura, resume três funções ideais no processo: preparar bem a tinta, aplicar bem a tinta e higienizar corretamente os equipamentos. A fornecedora tem dado cada vez mais atenção ao comércio de cabines de pintura pressurizada e cabines de lixamento devido à procura por qualidade proporcionada às fabricas após a implementação de tais tecnologias.
De acordo o diretor comercial da empresa, Rodrigo Alves, a função de qualquer modelo de cabine de pintura é fazer a exaustão e filtragem dos sólidos de tinta para que as empresas estejam normatizadas nos órgãos ambientais. “Após isso existem outras configurações de cabines que proporcionam alto controle de qualidade no setor de pintura. É importante investir no equipamento ideal para trazer os seguintes benefícios: baixo índice de retrabalho no setor; peças com alto acabamento; ambiente livre de contaminações externos; cumprimento da legislação trabalhista e ambiental; e economia de material de consumo”, diz Alves.