Setor moveleiro enfrenta elevação de preços

Presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), José Aquino aponta diversas elevações de custos fixos que comportem indústria moveleira

Publicado em 8 de maio de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

O setor moveleiro está novamente enfrentando a elevação de preços em relação a custos fixos que comprometem o desempenho das empresas. A indústria moveleira sofria com resultados insatisfatórios mesmo tendo buscado de todas as formas, nos últimos anos, equilibrar suas operações com a redução de custos. Mesmo assim, sofre com novos aumentos como painéis de madeira em MDF e MDP, que tiveram reajustes de 5%.

Além disso, outros preços também subiram como o dólar, frete marítimo e petróleo. O primeiro passou de 4,82 em dezembro de 2023 para 5,29 em abril de 2024, aumento de 9,75%. O frete marítimo aumentou 176,74%, enquanto o petróleo cresceu 22,77% o valor em dólares.

Sobre o impacto do aumento do frete marítimo, dólar e petróleo na produção, exportação e transporte dos móveis, o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Arapongas (Sima), José Aquino, assinala que o mundo se “move” utilizando muito petróleo no transporte, seja ele aéreo, marítimo, hidroviário, rodoviário ou ferroviário, além do dólar que afeta diretamente esses preços.

Por isso, atualmente há um agravante: “os fretes marítimos voltaram a subir com muita força, muito pela elevação do custo internacional do petróleo, mas também pelas guerras e crescimento das demandas, veículos vindo da China é um exemplo. Esse impacto gera custos adicionais importantes dificultando a competitividade e onerando o preço final dos produtos”, destaca.

Elevação de preços de painéis de madeira

O setor moveleiro também sofre com o aumento de preço dos painéis de madeira, principal matéria-prima utilizada para fabricação do móvel. “Essa elevação de preços foi anunciada em dezembro de 2023. Através de diversas ações, foi conseguido negociar para que fosse adiada, porém sabíamos que era apenas um ‘prorrogação’ de algo que ocorreria mais tarde. Esse momento chegou e não houve como fazer nosso fornecedor retroceder”, apela.

“Como é sabido, as margens das indústrias do setor está sofríveis já de muito tempo. Temos agora, por conta da atitude das fabricantes de chapas, a oportunidade de, minimamente, ajustar os preços de nossos produtos e junto melhorar as nossas margens de lucro”, acrescenta.

A elevação dos custos de transformação e administrativos (salários, energia elétrica, fretes, serviços de terceiros, etc.) veio aviltando as margens da indústria moveleira paulatinamente desequilibrando os resultados. “Neste momento, com a elevação também de preços das matérias primas (MDP e MDF), cria-se uma situação insustentável, restando-nos agora um único caminho: repassar para o preço esses efeitos independente da questão da oferta e demanda”, assinala Aquino.

Segundo Aquino, por conta da peculiaridade de pulverização dos empresários industriais moveleiros, há dificuldades de fazer o repasse de preços ao consumidor de maneira uníssona. “Somente um movimento sincronizado pode ajudar nessa missão. Para isso, precisamos de conscientização do industrial e de aceitação pelo lojista, para que melhore a condição de sobrevivência de nossas indústrias”, avalia o presidente.

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