Sistemas para portas de correr de móveis
Sistemas para portas de correr contam com inúmeras alternativas para melhor atender as indústrias e garantir a melhor abertura de porta ao consumidor
Publicado em 9 de maio de 2023 | 16:00 |Por: Thiago Rodrigo
Os sistemas deslizantes, também chamados de sistemas para portas de correr de móveis, já estão no mercado moveleiro há algum tempo. Aos poucos, foram conquistando os usuários, principalmente por sua funcionalidade na abertura de portas e por oferecerem otimização de espaço nos móveis. Atualmente, a indústria moveleira conta com uma ampla variedade de opções, o que permite a aplicação em inúmeros projetos. Com essas características e preços mais acessíveis, a utilização dessas ferragens para móveis se tornou mais habitual.
Nas décadas de 1980 e 1990, as plantas dos imóveis começaram a ter uma redução significativa. Então, as portas deslizantes se tornaram habituais porque proporcionam ganho de espaço no imóvel – e não no móvel. Portas de correr para passagem de um ambiente para outro, quando utilizadas, oferecem ganho de espaço de 6% a 8% em relação as portas convencionais.
Do imóvel para o móvel, o uso das portas deslizantes no mobiliário possibilita um ganho de espaço de aproximadamente 9%. Com o uso de sistemas deslizantes, o espaço pode ser mais bem aproveitado e, além do ganho de espaço, as portas de correr proporcionam praticidade ao ambiente e são um excelente elemento de design.
Ao tratar de ergonomia nos espaços residenciais, é preciso considerar medidas de pessoas de tamanhos diferentes, afinal todas elas tem que ter acesso a todos os objetos, ambientes e conseguir acessar tudo dentro do móvel. “Ao falarmos sobre módulos aéreos aliados a ergonomia, os melhores produtos são sistemas para portas de correr”, justifica a supervisora de marketing da Bigfer, Leticia Kercher.
“Quando temos basculantes, muitas vezes, ao abrir por completo, é quase impossível de uma pessoa mais baixa conseguir fechar a porta. Com portas de giro, temos sempre que pensar no espaço que elas ocupam para abrir e prever isso em projeto. Com portas de correr o usuário coloca a mão em qualquer área da porta e consegue abri-la. Com um leve movimento, ela se fecha, inclusive com amortecimento”, pontua.
Tipos de sistemas de portas de correr para móveis
O tipo de sistemas deslizantes mais consumidos pelas indústrias de móveis seriados, modulados, planejados e sob medida varia de acordo com o objetivo do projeto. “Os sistemas deslizantes mais utilizados pelo mercado moveleiro em geral são os sistemas com aplicações apoiadas (com o carro sustentando o peso da porta pela base inferior)”, aponta Luciano Pacheco, gerente de operações da Ducasse.
Isso acontece porque a maior parte dos sistemas deslizantes do mercado utiliza trilhos de geometria, praticamente, padrão. “A diferenciação dos produtos se dá pelos atributos utilizados nos materiais para a confecção”, explica. Desse modo, indústrias de móveis seriados buscam um sistema mais barato e com isso acabam optando por um produto mais simples. “Para baratear o produto, muitas vezes são eliminados alguns componentes (rolamento, por exemplo) ou utilizados materiais mais básicos (plástico reciclável, por exemplo)”, comenta.
O perfil de móveis planejados e sob medida buscam um material com um desempenho melhor, visto que possuem uma garantia mais longeva de seus produtos. “Buscam carros que tenha baixo nível de ruído no momento do deslizamento, estabilidade no movimento das portas (para que as portas não balancem) e acionando alguns outros diferenciais, como o uso de amortecedores”, assinala o gerente da Ducasse.
No caso dos móveis desse tipo, Pacheco comenta que também é visto em maior quantidade o uso de sistemas suspensos, visto que esse tipo de instalação evita o empenamento de portas, que acontece de forma mais frequente em sistemas apoiados na base.
Modelos de sistemas deslizantes
A escolha dos sistemas precisa ser feita levando em consideração o modelo selecionado e altura x largura da porta para o perfeito funcionamento. Por isso as empresas possuem diversos modelos para as mais variadas aplicações e cargas. “Para facilitar a escolha, a FGVTN disponibiliza uma tabela explicativa do modelo ideal a ser aplicado, além de vídeos com o passo a passo de instalação”, destaca a coordenadora de marketing, Tatiana Burigo.
A marca disponibiliza no mercado desde os sistemas de correr mais simples para portas menores até sistemas mais complexos. O sistema SDS 800 Slow, por exemplo, possui amortecimento na abertura e no fechamento, podendo ser aplicado em duas ou três portas, sendo que no kit com 3 portas, pode contar com o exclusivo amortecedor central. “O sistema Coplanar também é outro modelo que caiu no gosto dos clientes. Além de manter as portas alinhadas, tem amortecimento na abertura e no fechamento da porta”, diz Tatiana.
Soluções
A Bigfer indica para módulos aéreos o SlideLine M, que possui trilhos super discretos em três cores: prata, champagne e preto. Além disso, as portas amortecem tanto na abertura como no fechamento e os carrinhos ficam escondidos na parte de trás da porta, sendo um produto fácil de instalar, também fácil de usar. O Sistema Coplanar é o destaque da FGVTN, produto, desenvolvido para portas sobrepostas e composto por deslizadores superiores e inferiores. Possui montagem que permite regulagens, ajustes e alinhamentos das portas. Além disso, conta com amortecimento das portas na abertura e no fechamento. O produto pode ser aplicado em portas de até 60 kg cada e está disponível para trilhos com 2 m ou 2,5 m.
A Rometal trabalha com um mix bem amplo para diferentes aplicações e projetos, desde os mais simples até os mais elaborados, que se diferenciam por características como segurança, conforto e suavidade no deslizamento. Há tanto os sistemas de sustentação na base, que são mais conhecidos e utilizados pelo mercado, quanto os sistemas suspensos, que são a escolha ideal para projetos que prezam por um design limpo.
Nos tópicos segurança e conforto do usuário, Marcus Rigo, CEO da Rometal, cita dois excelentes sistemas para aplicação em armários: o Agility Plus (com o conceito de sistema com sustentação na base) e o Dominus (com o conceito de sistema suspenso). “Ambos possuem mecanismos antidescarrilamento, que garantem a segurança ao usuário e amortecimento, que proporcionam um maior conforto na abertura/fechamento das portas e deslizamento suave e silencioso”, afirma.
O Dominus, em especial, é o “queridinho” do momento segundo ele. “Esse sistema vem sendo cada vez mais especificado nos projetos de arquitetura de interiores. Além dos benefícios citados, os trilhos não ficam aparentes, proporcionando um design limpo e elegante, muito utilizado em ambientes mais amplos e projetos de alto padrão”, ressalta.
Para móveis de menor porte, como balcões e aéreos, o destaque da empresa vai para os sistemas Multi e Linea. Ambos se diferenciam pelo apelo estético que proporcionam no móvel. Com o uso do Multi, não há a necessidade do trilho inferior aparente. Já no Linea, os trilhos são instalados por fora da caixa do móvel, fazendo um efeito de portas flutuantes.
Para divisões de ambientes, o sistema EVO tem roldanas aparentes e amortecimento. Além disso, seu design foi reconhecido no Museu da Casa Brasileira, no Brasil Design Award e no Red Dot Award, um dos maiores prêmios mundiais na categoria design de produto.
Outro para esse propósito é o RO-82, que fica com a ferragem totalmente oculta. Esse sistema possui as versões com amortecimento que garantem mais conforto para o usuário. “O RO-82 é compatível com diversos acessórios, como o ‘sequenziato’, que faz o efeito de portas ‘mão amiga’, cada vez mais utilizado para divisões de ambientes com vãos maiores”, sugere.
Espaços menores
Sistemas para portas de correr têm ajudado indústrias e marcenarias que trabalham com móveis para espaços menores. O uso de sistemas deslizantes no mobiliário cresceu muito nos últimos tempos, principalmente para otimizar espaço. No caso da Rometal, especializada nesse produto, investiu em tecnologias que permitem a redução da largura das portas com amortecimento para garantir conforto também em espaços menores.
“Voltando um pouco no tempo, o tradicional RO-65, um sistema para armários de sustentação na base, lançado em 2007, democratizou o mercado de portas de correr com sua aplicação simples e prática e compatível com diferentes trilhos de mercado”, enaltece.
Agora, em 2022, ano em que completa 15 anos, o clássico RO-65 ganhou um redesign e passou a se chamar RO-65 Prime. “Chegou com melhorias técnicas que garantem mais estabilidade e suavidade no deslizar das portas e com mecanismos que garantem praticidade na instalação e manutenção do sistema pelos marceneiros”, destaca Rigo.
Uma tendência de sistemas para portas de correr de móveis que vemos de forma recente é o maior uso de sistemas sanfonados (porta camarão) que tem uma vantagem em detrimento ao sistema deslizante comum em que não é possível acessar todo o móvel, visto que uma porta corre sobre outra nos diferentes canais dos trilhos e sempre um vão do armário estará fechado devido a posição da porta.
“Quando o ambiente está fechado passa a impressão de um painel, escondendo todo o ambiente por trás. Porém, quando aberto é possível acessar o espaço praticamente inteiro. Essa é a principal vantagem do sistema sanfonada junto as portas deslizantes comuns”, diz Pacheco, da Ducasse.