Tudo sobre a presença de formaldeído nos painéis de madeira

Níveis de formaldeído em painéis de madeira têm um impacto direto na saúde, no meio ambiente e na competitividade da indústria moveleira

Publicado em 11 de dezembro de 2023 | 14:00 |Por: Thiago Rodrigo

As regras para os níveis de formaldeído nos painéis de madeira têm um impacto direto na saúde, no meio ambiente e na competitividade da indústria moveleira. Desse modo, a conformidade com normas rigorosas pode ser um diferencial competitivo para as empresas, permitindo-lhes exportar produtos de alta qualidade que atendem às expectativas dos consumidores e às regulamentações internacionais. Com sua natureza interativa e imersiva, o Crazy Time Live traz a emoção de um cassino real diretamente para as telas dos jogadores. A tecnologia de transmissão ao vivo de alta qualidade do jogo garante que os jogadores possam desfrutar de uma experiência de jogo autêntica e perfeita no conforto de suas casas ou em qualquer lugar.

“A regulamentação das emissões de formaldeído tem um impacto bastante diversificado na indústria brasileira de painéis de madeira. Ela promove a qualidade do produto, a competitividade global, a inovação, a sustentabilidade e a conformidade com regulamentações internacionais. Essa conformidade é fundamental para atender às expectativas dos consumidores por produtos mais seguros e de melhor qualidade e para manter a competitividade da indústria no mercado global”, assinala a Luciana Barreto Adad, analista de desenvolvimento tecnológico do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Os próximos três anos representarão um período de adaptação e transformação para o setor moveleiro à medida que buscar se adequar aos novos regulamentos de emissões de formaldeído, como o estipulado pela Comissão Europeia – leia tudo a respeito em reportagem na edição 333 da Móbile Fornecedores.

“São várias as proposições onde se destaca a seleção de fornecedores de materiais dentro da conformidade, investimento em educação e treinamento de pessoal, pesquisa de materiais alternativos, intensificação dos processos de controle de qualidade e testes, inovação e design sustentável tanto do produto acabado quanto do processo produtivo, conscientização do consumidor como diferencial competitivo e investimento em sustentabilidade. A educação, a colaboração com fornecedores e o foco na qualidade e na responsabilidade ambiental são chaves para o sucesso nesse processo de adaptação”, opina Luciana.

Painéis de madeira com ureia e melamina

Os painéis de madeira são fabricados com duas resinas, a ureia-formaldeído e a melamina-formaldeído, cujo a principal diferença entre elas está na composição química dessas resinas. Ambas são resinas termofixas, o que significa que, após a cura, não são mais solúveis em solventes.

Na ureia-formaldeído, a ureia é o composto que se combina com o formaldeído para formar a resina. Na melamina-formaldeído, é a melamina que se combina com o formaldeído para criar a resina. “Essa diferença na composição química influencia as propriedades das resinas e, consequentemente, as características dos produtos. A resina melamina-formaldeído tende a oferecer um produto com desempenho mecânico superior em comparação com a ureia-formaldeído. Isso inclui maior resistência à umidade, dureza e estabilidade dimensional”, afirma Luciana do Tecpar.

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A resina melamina-formaldeído é frequentemente preferida em aplicações em que as propriedades mecânicas são críticas, como superfícies de móveis e revestimentos. “A melamina-formaldeído é mais resistente a uma variedade de agentes químicos, como solventes e ácidos, em comparação com a ureia-formaldeído. Isso a torna uma escolha adequada para aplicações em ambientes mais adversos ou quando a resistência a produtos químicos é importante”, conta.

O custo entre elas também difere, sendo a resina melamínica mais cara que a uréica. Assim, a resina ureia-formaldeído é amplamente usada em aplicações em que o desempenho superior da melamina-formaldeído não é uma exigência crítica. Quando falamos de emissões de formaldeído, ambas as resinas ureia-formaldeído e melamina-formaldeído podem emitir formaldeído, no entanto, a melamina-formaldeído tende a emitir menos formaldeído do que a ureia-formaldeído.

Tecpar

Tecpar

Luciana Adad

“Em resumo, a principal diferença entre a ureia-formaldeído e a melamina-formaldeído está na composição química, no desempenho mecânico, na resistência a agentes químicos, no custo e nas emissões de formaldeído. A escolha entre essas resinas depende das especificações do produto e das necessidades da aplicação, com considerações de desempenho, custo e impacto ambiental desempenhando um papel importante na decisão”, aponta a química, mestre em engenharia e ciência dos materiais.

Formaldeído nos painéis de madeira

Produzir painéis de madeira completamente livres de formaldeído é um desafio significativo devido às características químicas e estruturais das resinas utilizadas na aglutinação desses painéis e as características que conferem ao produto acabado, o painel propriamente dito. “Embora seja difícil eliminar completamente o formaldeído dos painéis de madeira, tem havido desenvolvimentos para reduzir significativamente as emissões desse composto”, afirma Luciana, do Tecpar.

Resinas de baixa emissão foram desenvolvidas para conter menos formaldeído ou utilizá-lo de forma mais eficiente, resultando em emissões mais baixas. Além disso, tecnologias avançadas de fabricação, como o uso de temperaturas e pressões controladas, ajudam a minimizar a liberação de formaldeído durante o processo de produção. “Portanto, embora não seja realista alcançar painéis de madeira completamente livres de formaldeído, a indústria está se esforçando para minimizar as emissões a níveis tão baixos quanto possível por meio de resinas de baixa emissão, tecnologias de produção avançadas e práticas sustentáveis”, declara.

Carlos Mariotti, gerente de política industrial do Ibá, observa que há uma tendência de diminuição na emissão de formaldeído nos painéis de madeira. Como fórum de discussão, o Programa Setorial da Qualidade de Painéis de Partículas de Madeira (MDP) e Painéis de Fibras de Madeira (MDF) vem contribuindo neste sentido, a fim de que o desempenho dos produtos, o fornecimento de insumos, ajustes de no processo de fabricação de painéis e de móveis, além de seus respectivos mercados, não sejam “bruscamente” afetados. “Assim, neste sentido, vem sendo possível caminhar a partir de um compromisso setorial de avanço, de forma gradual e atendendo às necessidades dos consumidores e as exigências colocadas para exportação dos produtos”, considera.

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