Vendas de painéis de madeira caem no acumulado do ano
De janeiro a setembro de 2022, vendas de painéis de madeira caem 14,6%; no mesmo período, exportações de painéis de madeira crescem 28,5%
Publicado em 17 de novembro de 2022 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
As vendas de painéis de madeira em 2022 seguem em queda em relação ao ano anterior. É o que aponta o terceiro boletim da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), do ano, o Cenários Ibá. De janeiro a setembro deste ano, as vendas foram de 6,1 milhões de m³ para 5,2 milhões de m³. Desse modo, diminuíram 14,6% em relação a 2021.
No terceiro trimestre deste ano, no período de julho a setembro, as vendas de painéis de madeira foram de 2 milhões de m³ em 2021 para 1,8 milhões de m³ em 2022, queda de 11,5%. As exportações de painéis de madeira no mesmo período subiram 24,7% – passaram de 312 mil m³ para 389 mil m³. No acumulado do ano, o crescimento é de 28,5%.
Vendas de painéis de madeira
Com a produção de painéis de madeira em alta e as empresas exportando seus produtos, a importação de chapas apresenta altíssima queda de 92,1% no acumulado do ano até setembro. Passou de 38 mil m³ para apenas 3 mil m³. Com isso, o consumo de painéis de madeira em 2022, até setembro, é de 5,2 milhões de m³.
Até setembro, as fabricantes de painéis de madeira produziram 6,4 milhões de m³ de painéis de madeira, número próximo dos 8,2 milhões de m³ registrados em 2021, recorde do segmento.
Setor de árvores cultivadas
Em outros segmentos do setor de árvores cultivadas, a fabricação de celulose avançou 10,4% entre janeiro e setembro de 2022 com relação ao mesmo período do ano anterior. Já o papel, fonte para produção de embalagens, papel imprimir&escrever, papéis para fins sanitários, entre outros, cresceu 3,6% na mesma base de comparação.
Com o aumento da consciência ambiental no mundo, também impulsionou a busca por produtos de origem renovável, biodegradáveis, recicláveis e com rastreabilidade. Deste modo, também foi possível identificar forte alta nas exportações de celulose, que alcançou 14,2 milhões de toneladas comercializadas internacionalmente (+23,1%), o que trouxe divisas de US$6,1 bilhões. Este foi um dos fatores que impulsionou o saldo da balança comercial do setor a totalizar US$7,8 bilhões (+37,9%).
– Desenvolvimento do polo moveleiro de Linhares
“É importante analisar estes números relacionando com o movimento global em busca de uma economia verde. Estamos caminhando para a finalização da COP27, em que uma das discussões é a busca por soluções que auxiliem o mundo na rota da descarbonização. Os consumidores, especialmente os mais jovens, já estão demandando produtos sustentáveis e rastreáveis e, por isso, o setor de árvores cultivadas se mostra uma opção para o presente e para o futuro. Estes resultados dos anos de trabalho e planejamento das companhias de base florestal, que souberam ler esta tendência e já disponibilizam alternativas a itens de origem fóssil. Mas o setor não vai parar por aí. A celulose solúvel, nanocelulose e a lignina estão possibilitando com que o setor seja uma opção de matéria-prima ambientalmente amigável a outras indústrias como cosmética, alimentícia, automotiva, entre outras”, comenta Paulo Hartung, presidente executivo da Ibá.
Entre os países que mais compraram celulose brasileira, a China segue na dianteira, com a aquisição de US$ 2,3 bilhões do produto. A América Latina desponta como principal mercado das exportações de papel (US$ 1,5 bilhão) e painéis de madeira (US$ 173,1 milhões).
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