Aumento das vendas de papelão é indicador de melhora na economia
Vendas de papelão ondulado crescem 2,66% em outubro, de acordo com ABPO
Publicado em 11 de dezembro de 2019 | 18:03 |Por: Everton Lima
A economia é feita de expectativas. Por isso, é natural que os empresários fiquem atentos aos sinais que o mercado dá, como resultados de indicadores ou crescimento de determinados setores, como o setor de papel e papelão.
Em fábricas e lojas, esses materiais são fundamentais para entregar os produtos aos clientes, portanto, se a demanda de papelão aumenta, isso quer dizer que a produção de diversos mercados também cresceu — e é isso que aconteceu em 2019.
De acordo com dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), as vendas de papelão ondulado cresceram 2,66%. Isso representou 337.027 toneladas de papelão sendo vendido.
Daniel Leiner é diretor da Embrart Embalagens, ele explica que esses resultados refletem a confirmação das expectativas em relação às reformas que foram propostas em 2018 pelo novo governo. “A partir do segundo semestre, o mercado deu um sinal bastante forte, principalmente na indústria, quando a indústria de embalagens bateu um recorde histórico de faturamento”.
Esse cenário descrito por Leiner pode ser confirmado vendo os anúncios que grandes marcas do setor de papel fizeram neste ano. A Klabin, por exemplo, anunciou o maior investimento da sua história: R$ 9,1 bilhões. O capital será investido na aquisição de maquinário e ampliação de sua fábrica na cidade de Ortigueira (PR).
Leiner ainda conta que o mês de dezembro também está sendo surpreendente. “Dezembro está sendo um mês de consumo elevado, mesmo em função dos poucos dias úteis que tem. Portanto, a expectativa para 2020 é muito positiva”, afirma.
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Setor moveleiro também viu melhora
Rogerio Francio, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), conta que percebeu melhoras na economia, principalmente a partir do segundo semestre deste ano. “No 2º semestre deste ano, começamos a vislumbrar as melhorias da economia, entretanto, ainda temos muitos entraves políticos que inviabilizam essa tendência. O crescimento da indústria gaúcha nos últimos 12 meses é um sinal de que o setor começa a colher os frutos de ações tomadas durante a crise, como investimentos em tecnologia, negociação com fornecedores de matérias-primas e busca de novos mercados”, explica.
Ele ainda destaca a importância que o mercado externo está tendo neste momento. “O mercado internacional foi um dos grandes propulsores neste ano de 2019 e as indústrias gaúchas têm se estruturado e preparado para atender esse comércio que cresce de forma acelerada, aceitando o móvel brasileiro de maneira mais intensa”, afirma.
Para ele, os investimentos realizados em outros segmentos industriais também impactam a indústria moveleira. “Também precisamos considerar os investimentos nos diversos elos da cadeia moveleira (máquinas e equipamentos, produtos químicos, chapas de madeira, componentes e de peças de plástico e metal) e a constante busca pela qualificação de mão de obra, pela inovação e a diferenciação dos móveis”.
Francio espera “evolução significativa” em 2020
O presidente da Movergs se mostra bastante otimista com o futuro da indústria nos próximos anos. “No cenário que vislumbramos, os dois próximos anos devem ser de evolução significativa. Os movimentos no âmbito político e econômico dão sinais. Acredito em um novo Brasil, numa economia mais forte e em programas que permitam o desenvolvimento e o crescimento do Brasil. Vamos voltar a ter bons negócios, por isso, é muito importante que estejamos preparados para essa retomada”, revela.
Para ele, o momento de reformas estruturais dará o tom do futuro da economia. “As reformas nos dão motivos para acreditarmos que uma agenda positiva proporcionará melhorias no ambiente de negócios. Ações como essas são imprescindíveis para destravar o crescimento. Ainda temos uma extensa pauta a ser debatida, mas acredito que não tem volta. O Brasil precisa dessas mudanças para retomar a confiança e restabelecer o crescimento”, conclui.