Cinco dicas de como realizar a gestão financeira dos negócios

Frederike Mette, professora da Escola de Negócios da PUCRS, reúne sugestões para melhorar a organização das finanças empresariais

Publicado em 27 de dezembro de 2020 | 12:39 |Por: Thiago Rodrigo

A inovação é um dos pontos mais discutidos quando se fala na criação de empresas e negócios. Ter uma ideia inovadora e que se diferencie no mercado é a maior busca de quem empreende atualmente. Porém, para que a ideia saia do papel e se torne viável, é fundamental estar atento a itens básicos, como a gestão financeira da sua empresa. Pensando nisso, a professora da Escola de Negócios da PUCRS, Frederike Mette organizou sugestões sobre conceitos básicos para a gestão financeira dos negócios e que você precisa saber quando decide empreender.

Entenda seu fluxo de caixa

Você já deve ter ouvido falar de fluxo de caixa, não é? Então, o controle de entradas e saídas de dinheiro é a principal ferramenta de organização financeira para a sua empresa. Além disso, para uma gestão eficiente de capital de giro, entender o fluxo de caixa é essencial, pois ele demonstra a real geração de recursos que a empresa teve (diferente do lucro do exercício).

Gerir o fluxo também auxilia a compreender qual a necessidade de recursos que uma empresa precisa manter em caixa a fim de cumprir suas obrigações e gastos mensais em dia. Afinal, na maioria das vezes, uma venda (principalmente aquelas realizadas de forma parcelada e a prazo) pode demorar para ser convertida em dinheiro no caixa.

Não misture finanças pessoais

Com as finanças da empresa. Nunca, jamais, misture suas finanças pessoais e familiares com as finanças empresariais. No momento em que cometemos essa falha, fica difícil de identificar qual é o real erro de gestão, caso a conta caia no “vermelho”. Ou seja, muitas vezes o empreendedor acaba pagando algumas contas pessoais com o dinheiro do caixa da empresa, assim como cobre alguma eventual necessidade empresarial com seu próprio recurso. O problema é que, na maioria dos casos, tudo é feito sem um controle efetivo dessas entradas e saídas. Essa falha também pode ser cometida no momento de captar algum empréstimo. Por isso, evite utilizar sua conta pessoal para captar recursos para a empresa. Resumidamente, nunca misture seu CPF com seu CNPJ.

O segredo não é o quanto você ganha

Mas o quanto você gasta. Sim, o essencial não é ter receita e sim ter um lucro para a boa gestão financeira dos negócios. Mas qual a diferença entre ambos? A receita incorre o valor monetário ganho em decorrência das vendas, já o lucro é a sobra de recursos a partir da diferença da minha receita e dos meus gastos. Portanto, a regra básica é, além de maximizar suas vendas, reduzir ao máximo os seus gastos.

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Nem sempre um aumento no faturamento garante um aumento nos lucros. Também é importante lembrar que, o lucro é diferente do saldo que você terá em caixa. O lucro somente analisa o que você ganhou e gastou em um período, já o saldo de caixa identifica o que realmente entrou e saiu de dinheiro no mesmo período.

Saiba a diferença entre dívida boa e dívida ruim

Nem sempre estar endividado significa que há algo errado. É fundamental saber a diferença entre dívidas boas e dívidas ruins. A dívida ruim todos conhecem: é àquela que possui altas taxas de juros e que crescem de forma exponencial, como as dívidas de cheque especial e cartão de crédito. Mas o que seria uma dívida boa? São àquelas com juros baixos e que utilizamos, normalmente, para aumentar o nosso patrimônio. Por exemplo, linhas de financiamento habitacionais tendem a apresentar taxas de juros atrativas (melhores do que a maioria dos investimentos com menor risco) ou linhas de crédito empresariais subsidiadas pelo governo. Uma dívida boa pode potencializar seu negócio.

Compreenda a precificação dos seus produtos

Para precificar um produto, ou seja, colocar o valor monetário que será cobrado para adquiri-lo, você precisa compreender muito mais do que os custos e taxas que pagos durante a produção. O segredo é identificar qual é a percepção de valor agregado que o cliente busca ao adquirir o produto. Se seus produtos entregarem o valor desejado, quem consome estará disposto a pagar o preço. Assim, o segredo é convergir o valor percebido e o preço a ser cobrado.

Adicionalmente para a boa gestão financeira dos negócios, é muito importante conhecer a sua concorrência e qual o preço cobrado por produtos/serviços que podem ser alternativas àquilo que você comercializará. Nesta etapa, não economize em pesquisas de mercado, a fim de compreender o macro e micro ambiente que irá se inserir e, desta forma, desenvolver a estratégia mais adequada de inserção. Assim, a precificação acaba sendo uma consequência de etapas bem executadas.

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