Novembro Azul: como a sua empresa pode ajudar os colaboradores?

Fim do mês do novembro não pode ser o fim da prevenção ao câncer. Entenda o que o seu empreendimento pode fazer para conscientizar os funcionários

Publicado em 29 de novembro de 2019 | 08:00 |Por: Everton Lima

O número de brasileiros que morreram devido ao câncer de próstata no ano passado foi de 15 mil pessoas (Ministério da Saúde). Um número elevado, principalmente, quando lembramos que esses indivíduos têm famílias, esposas e filhos. Em muitos casos, esse óbito representa uma nova realidade emocional e financeira para a família do trabalhador.

A prevenção à doença, tema central da campanha Novembro Azul, pode ajudar a reduzir os óbitos, já que o câncer de próstata tem grandes chances de cura quando descoberto nos estágios iniciais. Nesse sentido, o ambiente de trabalho tem papel fundamental.

Novembro Azul dentro da empresa

Jéssica

Responsável pelo RH da empresa, Jéssica conta o que a Millenium tem feito em prol da saúde dos funcionários

Jéssica Araújo, responsável pelo departamento de RH da Millenium (empresa de transporte), conta como a transportadora está lidando com o tema e conscientizando os seus caminhoneiros sobre a necessidade da prevenção ao câncer.

“80% dos nossos colaboradores são homens e sabemos que, infelizmente, a população masculina é um tanto quanto “tranquila” em relação a alguns cuidados voltados à saúde, mesmo porque, existem algumas crenças advindas dos tipos de exames para a identificação do câncer de próstata, o que normalmente acaba tornando-se um assunto tanto quanto delicado.

Em parceria com uma Clínica (CEC) na região de Osasco, convidamos nossos colaboradores a realizarem exames de sangue (PSA) e ultrassonografia de Próstata, além de participarem de uma palestra com informações referentes ao câncer de próstata”, conta.

A empresa decidiu convidar um médico para “bater um papo” com os trabalhadores, com o objetivo de esclarecer dúvidas relacionadas ao exame.

Jéssica diz que não é de hoje que a empresa acompanha a saúde dos seus funcionários e que já houve na história da companhia um caso delicado relacionado à saúde masculina. “Temos um colaborador que, há alguns anos, obteve o diagnóstico de prostatite. Juntamente com uma equipe médica, ele realizou tratamentos para tal inflamação, além da orientação médica para mudanças de hábitos. Na época ele era uma pessoa sedentária e com alimentação irregular. Hoje em dia a infecção já não existe, evitando assim a progressão do diagnóstico”, revela.

O papel da comunicação interna

Débora Batista, jornalista e especialista em Negócios Sociais, conta que nem sempre o trabalhador entende o que sai na mídia sobre uma doença e que o ambiente de trabalho pode ser um excelente local para falar de prevenção.

“Há diversas formas de abordar o assunto de maneira instrutiva, sem ser invasivo. Sabemos que ainda é um tabu muito grande para grande parte dos homens e se ele não faz questão de ver e nem falar sobre esse assunto, a empresa pode introduzi-lo como uma campanha de conscientização, fazendo com que seja compreendida a importância da prevenção do câncer de próstata. O esclarecimento da importância pode vir até mesmo de alguém que ele tem admiração, como o chefe, outros superiores e profissionais da saúde que aceitem abordar a temática a fim de desconstruir seus estereótipos e apresentar como algo simples que pode poupar a vida”, informa.

– Novembro Azul: médico oncologista responde às dúvidas mais comuns sobre a doença

Débora

Especialista afirma que a comunicação interna é uma poderosa arma na prevenção

Débora diz que essa é uma ótima oportunidade para usar as ferramentas de comunicação interna da companhia. A profissional dá algumas dicas do que pode ser feito, caso o seu negócio queira planejar as ações para o próximo ano.

“Falando de mídia impressa, cartilhas para distribuição são sempre bem-vindas e podem fazer esse trabalho de instrução muito bem. Além disso, promover um evento no mês de novembro em que todos possam ir de azul, inclusive as mulheres, e terem palestras e rodas de conversa com os homens sobre o assunto, convidando profissionais da saúde, pode gerar um ambiente descontraído e simples de falar do tema que para alguns homens é um peso.

Se a empresa usa intranet, grupos no WhatsApp ou outro meio, recados com materiais online instrutivos produzidos pela própria empresa podem demonstrar a preocupação com o assunto e comunicar de maneira efetiva”, pontua.

A especialista reconhece que as campanhas relacionadas ao câncer de próstata podem ter menos participação do que às destinadas ao público feminino, mas que isso não deve desestimular a empresa.

“A prevenção ao câncer de mama é abraçada, mas ao câncer de próstata muitas vezes vira chacota entre os homens e as empresas sentem medo de levar adiante. Mas é preciso insistir e mostrar, por meio da comunicação, que o assunto deve ser levado a sério até que se torne uma cultura na empresa. Se todas as empresas fizerem isso, o impacto pode ser enorme”, conclui.

 

 

 

 

 

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