Confiança: melhora das expectativas inclui comércio
Índices do FGV mostram melhora na confiança do comércio e consumidor, porém, projeção do Ibevar para 2 trimestre é de tímido crescimento
Publicado em 22 de abril de 2024 | 08:18 |Por: Júlia Magalhães
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) medido pela FGV IBRE subiu 0,6 ponto em março, atingindo 94,7 pontos. Essa elevação, que sucede uma queda de 0,7 ponto em fevereiro, indica uma tendência de recuperação. Paralelamente, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) também avançou 1,6 ponto, chegando a 91,3 pontos em março, interrompendo uma sequência de quedas.
O economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler, atribui o aumento na confiança empresarial ao índice de expectativas. Os setores de comércio e serviços experimentaram aumentos de 2 e 3,9 pontos, respectivamente, enquanto a indústria e a construção registraram declínios marginais.
A análise do primeiro trimestre em comparação ao final de 2023 revela uma melhoria generalizada na confiança entre os setores, com o setor industrial evidenciando recuperação significativa. As expectativas para os próximos meses mostram altas, lideradas pelos serviços, seguidos pela indústria, comércio e construção.
Estes resultados positivos na atividade de serviços e varejo em janeiro impactaram favoravelmente as projeções do PIB, refletindo uma confiança empresarial fortalecida. Apesar da melhora, a cautela permanece, principalmente no setor de serviços e na evolução do crédito, com os índices de confiança ainda refletindo um certo pessimismo.
Indicadores
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas, apresentou uma redução de 0,7 ponto em março, atingindo 103,8 pontos, o nível mais baixo desde julho de 2023.
Segundo a economista da FGV IBRE, Anna Carolina, a queda foi impulsionada por uma menor variabilidade nas previsões de mercado para a taxa de câmbio nos próximos 12 meses, refletindo uma economia brasileira relativamente resiliente.
Entretanto, debates sobre a velocidade de redução da taxa de juros e o contexto econômico global podem impactar futuramente o indicador.
Projeções para 2T24
Para o segundo trimestre, o Ibevar – Fia Business School projeta uma modesta recuperação econômica. Espera-se um crescimento de 0,4% no varejo restrito e de apenas 0,2% no varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção. Destacam-se aumentos em móveis e eletrodomésticos (6,9%), materiais de construção (3,1%), artigos de uso pessoal (2,5%) e tecidos e vestuário (2,1%).
A projeção mais recente indica que a taxa de inadimplência deve variar entre 5,12% e 5,86% em abril de 2024, com uma média estimada de 5,49%. Isso marca uma ligeira redução em relação a janeiro de 2024 e um leve aumento comparado a março de 2024.
A pesquisa de intenção de compras sugere um crescimento discreto de 0,53% para o primeiro semestre de 2024, com uma retração de 2,44% no segundo trimestre de 2024 comparado ao mesmo período de 2023.
O presidente do Ibevar e professor da Fia Business School, Claudio Felisoni de Angelo, comenta que, apesar da expectativa de recuperação, impulsionada pelo crescimento da massa real de pagamentos, a tendência ainda é muito tímida.
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