Indústria de móveis alcança melhor resultado do ano em agosto
Foram 34,1 milhões de peças produzidas no mês de agosto pela indústria de móveis, aumento de 9,3% segundo a Abimóvel
Publicado em 6 de dezembro de 2022 | 10:53 |Por: Thiago Rodrigo
Avançando para o fechamento do ano, o volume produzido pela indústria brasileira de móveis e colchões em agosto foi de 34,1 milhões de peças. Um aumento de 9,3% em comparação com julho (mês imediatamente anterior) e o maior desempenho do setor em todo o ano de 2022, superando a produção do mês de maio, quando foram fabricadas 32,6 milhões de peças.
O número é animador, desacelerando o ritmo de perdas deste ano em relação a 2021, ano em que a indústria brasileira experimentou um cenário bastante favorável para o consumo interno e para a exportação de móveis e colchões. Alavancando, assim, a produção no ano e, por consequência, intensificando as bases comparativas para o ano seguinte, 2022.ndústri
Diante de tal resultado, portanto, o acumulado anual da produção moveleira até agosto ficou 18,5% abaixo do registrado entre o primeiro e o oitavo mês do ano passado. Melhor do que o acumulado de janeiro a julho de 2022, quando este mesmo indicador apresentou recuo de 19,1%.
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O desempenho nos dois primeiros meses do segundo semestre, aliás, segue em linha com as expectativas da Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário -, que previa um avanço na produção de móveis na segunda etapa do ano. Inclusive com o preço médio de produção de móveis também diminuindo no decorrer dos últimos meses. Em agosto, foi de R$ 191,80 por peça.
Nesse quadro, a indústria de móveis alcançou a receita de R$ 6,5 bilhões em agosto de 2022. Aumento de 5,9% sobre o mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, contudo, o cenário ainda é de queda: -11%. Um pouco menor (-0,2%), porém, do que o observado até julho.
Consumo interno, investimentos, importações e exportações
O consumo interno aparente, ou seja, o disponível no mercado interno no mês de agosto também foi o mais expressivo do ano: 33,1 milhões de peças. O que representa uma variação positiva de 7% em relação ao mês anterior. No acumulado no ano, observa-se queda de 19,1% na comparação com os oito primeiros meses de 2021, mas novamente em ritmo decrescente, a exemplo dos demais indicadores que se encontram em campo negativo.
Em agosto de 2022, a participação dos importados no consumo aparente foi de 2,4%; e verifica-se que no acumulado do ano a participação foi de 2,3%. Ambiente em que as importações de máquinas para fabricação de móveis também apresentaram evolução de 35,9% no acumulado do ano.
As importações de móveis alcançaram o valor de US$ 13,5 milhões em agosto de 2022, aumento de 14,4% em relação ao mês anterior. No mês subsequente, setembro, as importações somaram US$ 9,3 milhões, dessa vez apresentando queda considerável de 30,9% em relação ao mês anterior. As exportações seguiram um ritmo parecido, embora mais controlado: registraram alta de 3,2% em agosto, quando foram exportados US$ 75,6 milhões em móveis e colchões brasileiros; seguido por queda de 11,1% em setembro, com um registro de US$ 67,2 milhões exportados pelo setor.
Varejo de móveis e colchões: cenário e expectativas
No varejo, todavia, é importante ressaltar que o início do segundo semestre não foi tão promissor. As vendas de móveis e colchões no comércio varejista, em volume de peças, apresentaram queda de 6,8% em agosto no comparativo com o mês anterior. No acumulado do período de janeiro a agosto, o indicador registrou uma variação negativa, na ordem de 10%, e nos últimos doze meses, houve uma queda de 12,5%.
O faturamento também registrou baixa: -5,5% em relação a julho; -3,7% entre janeiro e agosto na comparação com igual período do ano passado. Um bom sinal, contudo, é a recuperação da estabilidade nos últimos 12 meses, que acumulou alta de 0,1%.
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Indicativo que, a julgar pelo volume produzido pela indústria em agosto, deverá melhorar nos próximos meses, especialmente com a aproximação de datas importantes para o varejo, tais quais Black Friday e o Natal.
Ainda assim, é importante mencionar o impacto inflacionário sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no segmento, que continua apresentando uma das maiores variações no varejo, acumulando aumento de 15,43% no nível de preços entre janeiro e setembro de 2022 em relação ao ano anterior. Muito maior do que a média nacional, que acumula 4,09% no período.