Indústria de móveis vê aumento de 9,9% no acumulado do ano
Mesmo com leve recuo na produção em setembro, indústria de móveis segue em crescimento no acumulado do ano
Publicado em 13 de dezembro de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
A nova edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo publicado pela Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) com levantamento do Iemi junto a fontes oficiais de pesquisa, apresenta um panorama positivo para a indústria de móveis e colchões em 2024.
Apesar de um leve recuo de 2,9% no volume produzido no mês de setembro em relação a agosto, o setor acumulou um crescimento de 9,9% nos primeiros nove meses do ano em comparação a 2023. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 7,7%, consolidando o impulsionamento do mercado de móveis neste ano.
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Em setembro, foram produzidas 39,9 milhões de peças, enquanto em agosto o volume foi de 41,1 milhões. Mesmo com a retração, o número segue acima da média anual, indicando um mercado interno aquecido e uma cadeia produtiva consistente.
Em termos de receita, a indústria gerou R$ 7,9 bilhões no nono mês do ano, uma queda de 2,5% em relação ao mês anterior. A exemplo do volume produzido, o faturamento acumulado também é positivo: +4,8% entre janeiro e setembro de 2024 frente a igual período em 2023, com alta de 5,8% nos últimos 12 meses.
Demanda interna impulsiona setor
O consumo aparente de móveis e colchões — indicador que mede a demanda do mercado interno — atingiu 39,8 milhões de peças em setembro. O acumulado do ano aponta um crescimento expressivo de 11,6% em relação a 2023. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 9,9%. A participação de produtos importados no consumo doméstico manteve-se estável ao final do terceiro trimestre de 2024, registrando 4,5%.
Emprego e investimentos
Nesse cenário, o número de postos de trabalho na indústria moveleira cresceu 0,5% em setembro em comparação a agosto. No acumulado do ano, o setor registra aumento de 8,1% no volume de pessoal ocupado, com uma alta de 5,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Esses dados refletem o compromisso das empresas em atender à crescente demanda, investindo em contratações, capacitação e na modernização do parque fabril. As importações de máquinas para a fabricação de móveis cresceram 21,7% entre janeiro e outubro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. Apenas em outubro, as importações somaram US$ 30,1 milhões, um aumento de 12% em relação a setembro.
Exportações e balança comercial
Já no mercado externo, as exportações de móveis e colchões apresentaram alta de 7,9% em setembro, totalizando US$ 67,7 milhões. Em outubro, contudo, houve uma ligeira queda de 1,1%, com exportações de US$ 66,9 milhões. Ainda assim, o acumulado do ano segue positivo (+1,4%), com superávit também na balança comercial, demonstrando a manutenção da demanda por móveis brasileiros no comércio internacional.
Varejo brasileiro
Quando se trata do varejo doméstico de móveis e colchões, este também viu queda em setembro: -7,9% em volume e -7,8% em receita na comparação com agosto. No entanto, no acumulado de 2024, o setor apresenta crescimento de 5,6% no montante de vendas e 6,7% em valores. Refletindo, portanto, o aumento na demanda interna.
Quanto ao preço do mobiliário para o consumidor final brasileiro, este mantém-se estável: depois de leve queda em setembro (-0,03%), o preço médio de móveis e colchões subiu menos de um ponto percentual em outubro: +0,86%.
Cenário e perspectivas
A “Conjuntura de Móveis” demonstra um setor em crescimento, apesar de desafios pontuais, impulsionado pelo mercado interno e pelos investimentos em tecnologia e modernização. Dessa forma, mesmo com as oscilações mensais no varejo e aumento das importações, o setor moveleiro brasileiro vem mostrando bons níveis de competitividade. Com o foco em expansão internacional e adaptação às demandas do mercado, como design integrado e gestão sustentável, as projeções para o fim de 2024 seguem favoráveis, de acordo com as análises da Abimóvel.