Projeção de inflação recua para 4,72%

Segundo o Boletim Focus, a inflação estimada para 2025 recua, mas projeções para PIB, dólar e Selic seguem estáveis, indicando cenário de cautela

Publicado em 14 de outubro de 2025 | 08:44 |Por: Julia Magalhães

O mercado financeiro reduziu a projeção de inflação para 2025. O índice esperado do IPCA (Indicador de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 4,80% para 4,72%, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central. Há quatro semanas, a expectativa era ainda maior, de 4,83%.

Mesmo com o recuo, a estimativa continua acima do teto da meta de inflação, que é de 4,5%. A meta central é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para os anos subsequentes, as projeções para o IPCA seguem estáveis há semanas: 4,28% em 2026 e 3,90% em 2027. A estabilidade nessas estimativas indica que o mercado espera uma convergência gradual da inflação para os limites da meta ao longo do tempo.

Meta de inflação segue pressionada

A meta definida pelo CMN é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, mesmo com o recuo, a estimativa de 4,72% ultrapassa o limite superior e mantém a pressão sobre a política monetária.

Segundo o IBGE, a prévia da inflação de setembro apontou alta de 0,48%, puxada principalmente pela energia elétrica. Já os alimentos registraram queda de preços pelo quarto mês consecutivo, com recuo de 0,35%.

No acumulado de 12 meses até setembro, o IPCA atingiu 5,17%, mesmo após apresentar deflação de -0,14% no mês anterior.

Selic deve permanecer elevada

A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 15% ao ano, mesma projeção das últimas 16 semanas. Essa política busca conter a inflação e estabilizar a economia, mas também tem impacto direto no custo do crédito e na atividade produtiva – especialmente para indústrias que dependem de financiamento para capital de giro e investimento.

O Boletim Focus projeta uma queda gradual da Selic nos próximos anos, com estimativas de 12,25% para 2026 e 10,50% para 2027.

O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que a taxa atual deve ser mantida por um “período prolongado”, refletindo as incertezas no cenário global e sinais de desaceleração interna.

PIB mantém crescimento moderado

As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) se mantiveram estáveis pela quinta semana consecutiva. O mercado projeta crescimento de 2,16% para 2025, 1,80% para 2026 e 1,83% para 2027 – uma leve revisão para baixo em relação à semana anterior.

Esse ritmo moderado reforça a necessidade de cautela nos investimentos, mas também aponta para um ambiente de recuperação gradual, importante para o planejamento do setor moveleiro.

Câmbio segue em trajetória de estabilidade

O mercado prevê que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,43, abaixo da estimativa de quatro semanas atrás (R$ 5,50). Para 2026 e 2027, as projeções também apontam leve queda na cotação, com valores estimados em R$ 5,40 e R$ 5,51, respectivamente.

Essa estabilidade cambial é relevante para empresas exportadoras de móveis e fabricantes que importam insumos, permitindo um melhor controle de custos e margens.

* Com informações de Agência Brasil.

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