Setor moveleiro em 2017 registra alta de 0,3% na produção
Relatório Brasil Móveis 2018 elaborado pelo Iemi mostra que indústria moveleira teve pequeno aumento da produção e fechamento de 885 empresas em 2017 comparado a 2016
Publicado em 21 de setembro de 2018 | 18:00 |Por:
A indústria moveleira brasileira teve resultados positivos na produção de móveis e colchões em 2017, marcando o fim de um ciclo de três anos de queda na produção do setor moveleiro. É o que aponta o Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil (Brasil Móveis 2018) na 13ª edição elaborada pelo Iemi – Inteligência de Mercado.
A produção da indústria moveleira brasileira foi de 431,8 milhões de peças acabadas em 2017, alta de apenas 0,3% na comparação com os números de 2016. Para efeito de comparação, antes da crise, em 2013, a produção de móveis foi de 511,7 mil peças. Considerando o período de 2013 a 2017, houve queda de 15,6%. A indústria moveleira puxou a queda recuando 16,1% no período, enquanto a indústria colchoeira teve queda de 9,5%.
Para o diretor do Iemi, Marcelo Villin Prado, o cenário para os próximos cinco anos reserva expectativas de recuperação contínua da produção nacional, ainda que em ritmo mais lento que o desejado. Ainda assim, o mercado demandará criatividade da indústria moveleira que deseja crescer de forma mais rápida e rentável do que a média de mercado.
“Mesmo com a atual recuperação da produção, a oferta interna deverá permanecer maior que a demanda por mais dois ou três anos, exigindo das empresas, neste cenário pós-crise, uma boa dose de conhecimento, planejamento e investimento em diferenciais e inovação”, assinala.
Setor moveleiro brasileiro
O Brasil detém 4% da produção mundial de móveis, mas praticamente quase tudo é consumido no país e não há um percentual significativo de exportação (0,4%) em termos mundiais. A participação do Brasil na América do Sul tem o País como grande mercado produtor e consumidor, representando 90,2% da produção, 73,8% da exportação, 27,4% da importação e 84,6% de consumo aparente.
Grandes números do setor moveleiro em 2017 |
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Unidades produtoras |
19,6 mil empresas |
Pessoal ocupado |
268,9 mil funcionários |
Produção |
431,8 milhões de peças |
Valor da produção |
R$ 62,2 bilhões |
Investimentos |
R$ 1,141 bilhão |
Exportações |
US$ 635,4 milhões |
Importações |
US$ 548,8 milhões |
Em 2017, o setor de móveis e colchões produziu R$ 62,2 bilhões, equivalente a 2,6% do valor total da receita líquida da indústria de transformação do Brasil (excluídas a indústria extrativa mineral e a construção civil, que complementam o setor secundário da economia).
O número de pessoas empregadas é um dos mais expressivos da indústria de transformação, com mais de 260 mil pessoas empregadas direta ou indiretamente. Os empregos gerados pelo setor de móveis e colchões somaram 268,9 mil postos de trabalho em 2017, equivalente a 3,3% do total de trabalhadores alocados na produção industrial do Brasil.
Unidades, pessoal e máquinas da indústria moveleira
As unidades produtoras de móveis e colchões tiveram crescimento de 4,8% entre 2013 e 2017, passando de 18,7 mil para 19,6 mil unidades no período. No entanto, no último ano houve queda de 4,3%, passando de 20.453 unidades para 19.568 unidades. Apenas a indústria de colchões teve crescimento de 1,1%, enquanto que os fabricantes de móveis de metal diminuíram 6,9%.
O pessoal ocupado do setor moveleiro que atingiu 268,9 mil em 2017, representa queda de 5% sobre 2016 e de 18,2% entre 2013 e 2017. Especificamente, a indústria moveleira encolheu 18,9% no período, enquanto a indústria colchoeira teve recuo de 10%. Já o tamanho do parque de máquinas da indústria moveleira teve queda em todos os segmentos em 2017 comparado a 2016, com destaques para as máquinas de montar (-8,3%) e máquinas de furar (-7,2%).
Produção por estado e exportações
Em relação aos estados, as maiores produções estão em São Paulo (23,5%), seguido pelo Rio Grande do Sul (18,8%, Paraná (14,6%), Minas Gerais (14%) e Santa Catarina (11,3). Juntos, representam cerca de 80% da produção de móveis e colchões do Brasil.
As exportações de móveis (sem considerar colchões) somaram US$ 622,2 milhões, o que significa uma redução de 8,6% no período analisado (2013 a 2017) e alta de 7,6% em 2017 em relação a 2016. Já as exportações de colchões somaram US$ 13,2 milhões em 2017, um crescimento de 122,5% em relação a 2013 e alta de 16,4% em relação a 2016.