Varejo de móveis e colchões tem 1º bimestre desfavorável

Início do varejo de móveis e colchões em 2023 registra queda de 10,6%, de acordo com dados do Iemi para a Abimóvel

Publicado em 15 de junho de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

O volume de vendas de móveis no varejo brasileiro caiu 14,2% no mês de fevereiro em comparação ao mês anterior, totalizando 24,3 milhões de peças comercializadas. No acumulado do primeiro bimestre do ano, a queda foi de 10,6% em relação ao mesmo período de 2022. Analisando os últimos 12 meses, o declínio foi ainda mais acentuado: uma queda de 11,7%.

As informações podem ser encontradas na “Conjuntura de Móveis”, estudo da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) desenvolvido em parceria com o Iemi, que traz com exclusividade indicadores de produção, emprego, investimentos, comércio exterior, vendas ao consumidor final e outras informações estratégicas para a indústria moveleira nacional.

Análise e perspectivas

A procura mais baixa por móveis e colchões no início de ano não é, necessariamente, uma novidade. Historicamente, o primeiro trimestre é marcado por um desaquecimento nas vendas, impulsionado pela recuperação financeira das famílias após as despesas de fim de ano e o pagamento de impostos como o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).

Apesar desses desafios iniciais, o setor de móveis normalmente espera um aumento no volume de vendas a partir do segundo trimestre. Isso ocorre devido a uma série de fatores, como a restituição do imposto de renda, que aumenta a disponibilidade financeira das famílias, e as vendas sazonais, como as do Dia das Mães.

Em termos financeiros, as vendas de móveis somaram R$ 7,5 bilhões em fevereiro, representando uma diminuição de 13,9% na comparação com janeiro. No entanto, em uma visão mais ampla, o ano de 2023 mostra uma retração de apenas 0,5% em relação a 2022; enquanto o acumulado dos últimos 12 meses registra, em contrapartida, crescimento de 1,5%.

Varejo de móveis e colchões

É de se notar, porém, que os preços dos móveis continuam aumentando no varejo nacional. De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o mobiliário nacional viu seus preços subirem 0,14% em março de 2023 em relação ao mês anterior. Ao longo de 2023, a inflação acumulada foi de 1,4%; enquanto nos últimos 12 meses, a inflação no setor atingiu 12,4%.

Dessa forma, em fevereiro, o preço médio dos móveis foi de R$ 278,23 por peça, um aumento de 0,39% em relação ao mês anterior. Em março, o preço médio voltou ligeiramente a subir para R$ 278,62 por peça, uma inflação de 0,14% na passagem dos meses.

Indústria de móveis no início de 2023

No segmento de colchões, o preço médio por peça foi de R$ 557,97 em fevereiro de 2023, uma queda de 3,4% em relação ao mês anterior. No entanto, essa tendência se reverteu em março, quando o preço médio dos colchões aumentou para R$ 570,08, um aumento de 2,17% em comparação com fevereiro.

Tais indicadores refletem flutuações que persistem no volume de vendas e na precificação média no varejo nacional. Para a Abimóvel, essas tendências destacam a importância de continuar monitorando o setor para identificar oportunidades e desafios futuros, com expectativas, como já dito, de um segundo trimestre e semestre mais positivos.

Isso, considerando os temas econômicos atualmente em pauta para a melhoria da economia, do consumo e do ambiente de negócios no País, tais como a reforma tributária, a reindustrialização, responsabilidade fiscal, controle inflacionário e políticas de inclusão social, que devem ser prioridades do governo para que possamos deixar de vez para traz os efeitos da pandemia também na economia, na indústria, no acesso ao consumo e na qualidade de vida do brasileiro.

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