Vendas de móveis avançam no varejo no final de 2022

Crescimento da venda de móveis no varejo, em novembro, foi de 20,2%, segundo dados da PMC, do IBGE, informa Abimóvel

Publicado em 25 de janeiro de 2023 | 18:55 |Por: Thiago Rodrigo

As vendas de “móveis e eletrodomésticos” cresceram 20,2% na passagem de outubro para novembro de 2022, segundo a última edição da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Comparado a novembro de 2021, o crescimento é de 3%.

Apesar do avanço, porém, a pesquisa indica que as vendas apenas de mobiliário, excluindo-se, portanto, os eletros, exerceram o maior impacto negativo da categoria na variação mensal: com queda de 8,5% no mês de novembro de 2022 em relação a novembro de 2021.

O que a PMC não revela, contudo, é uma evolução positiva de 20,2% nas vendas de móveis e colchões na passagem de outubro para novembro de 2022 (variação mês a mês). No penúltimo mês do ano passado, então, foram comercializadas cerca de 34,5 milhões de peças de móveis e colchões no varejo nacional, segundo levantamento realizado pelo Iemi junto a fontes oficiais do setor com exclusividade para a Abimóvel.

O resultado colabora positivamente para um melhor equilíbrio na trajetória de desempenho do setor no comércio varejista no acumulado de 2022, que de janeiro a novembro ficou 11,1% menor do que em igual período em 2021. Em 12 meses, houve recuo de 11,5%.

Diante de tal cenário, considerando as condições e projeções atuais de mercado, as estimativas apontam para um fechamento de ano 6,5% inferior ao desempenho das vendas de 2021, em volume. Apesar de negativo em relação ao ano anterior, se confirmado, o resultado seria 2,1% superior ao de 2019.

Receita de vendas de móveis e colchões no varejo

Quando falamos na receita das vendas de móveis e colchões no varejo brasileiro, esta foi de R$ 10,4 bilhões em novembro de 2022. O valor é 10,7% superior ao montante de vendas de outubro do mesmo ano.

Com isso, o faturamento no varejo moveleiro cresceu 2,6% entre janeiro e novembro do ano passado na comparação com igual período em 2021. Em 12 meses, o avanço foi de 1,8%.

Vale ressaltar, mais uma vez, que essa discrepância entre o volume e a receita nas vendas de móveis e colchões no varejo é justificada especialmente pela evolução dos preços do mobiliário devido ao impacto inflacionário no setor ao longo do ano, maior do que a média geral do País, que acumulou 5,79% em 2022.

Crise da Americanas e o impacto no varejo

O preço médio por peça de móveis em novembro era de R$ 270,54, passando para R$ 274,79 em dezembro. Subindo 1,57%, então, no último mês do ano, a inflação no segmento de móveis acumulou alta considerável de 18,38% ao longo de 2022. Fator que preocupa empresários e vem sendo tratado de perto pela Abimóvel, que negocia alternativas para atenuação da questão junto a fornecedores, entidades de classe e o Governo Federal, na defesa de incentivos fiscais, a exemplo da manutenção por parte da nova equipe econômica da redução de 35% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), estabelecida no governo anterior, além da instauração de reformas fundamentais para o desenvolvimento da competitividade e melhoria do ambiente de negócios na indústria e no varejo nacional, tal qual a reforma tributária.

O segmento de colchões, por sua vez, foi o único dentro do setor a experimentar deflação no ano passado: -0,12%, apesar do leve aumento de 0,08% nos preços na passagem de novembro e dezembro, fechando o ano com valor médio de R$586,23 por peça.

Para o fechamento de 2022, janeiro a dezembro, a expectativa é de crescimento na receita das vendas de móveis e colchões no varejo nacional: +3,5%, segundo as estimativas do Iemi para a Abimóvel, considerando-se o patamar atual. Devendo chegar, então, a R$ 109,3 bilhões em vendas no ano.

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