Especialista afirma que a estratégia é fundamental para que um negócio obtenha sucesso
Publicado em 23 de setembro de 2019 | 08:39 |Por: Everton Lima
Em uma empresa, é comum que os números relacionados às vendas e lucratividade sejam encarados como indicadores de sucesso do negócio. Contudo, alguns aspectos menos tangíveis, mais voltados à percepção do cliente em relação à companhia não devem ser ignorados. Entre eles, está o processo de branding.
Aliás, essa é uma oportunidade para evitar uma confusão comum entre branding e marca. A American Marketing Association (AMA) defini marca como: “um nome, termo ou sinal, símbolo, ou uma combinação com a função de identificar bens ou serviços de um vendedor, ou de um grupo de vendedores, diferenciando-os de seus concorrentes”.
“Conheça muito seu cliente ou consumidor para entregar propostas relevantes para ele”, Cecília Russo
O branding, entretanto, seria a soma de todos os planejamentos necessários para consolidar uma marca no mercado. Desse modo, o seu público-alvo perceberá um valor maior na empresa, além dos produtos ou serviços que ela comercializa.
A diretora-geral da Troiano Branding, Cecília Russo, dá uma dica para os empreendedores que desejam ter uma marca relevante no mercado. “Defina um posicionamento claro e que seja consistente com a entrega de seu produto. O posicionamento precisa ser entregue pelo produto. Além disso, mantenha o foco. Existe um risco enorme quando uma marca se dispersa e cada hora diz uma coisa”, explica.
Ademais, a especialista garante que conhecer o consumidor final é fundamental. “Conheça muito seu cliente ou consumidor para que possa entregar propostas relevantes para ele. Alimente o diálogo com esse consumidor, sempre mantendo um canal de comunicação”, sugere.
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Para ela, o empresário deve adotar estratégias específicas para o seu negócio. Sobretudo, sem querer imitar um concorrente. “Cada categoria tem uma linguagem própria, permite mais ou menos informalidade, pede mais ou menos regularidade de comunicação”, afirma.
Um estudo de 2010, divulgado no XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste, apresentou alguns erros que a Casas Bahia, por exemplo, cometeu em seu processo de branding.
De acordo com os pesquisadores, a campanha da varejista moveleira “Quer Pagar Quanto? ” prejudicou a imagem da empresa. “A frase que deveria se eternizar na mente dos consumidores e fazer com que a marca jamais fosse esquecida e, além disso, fosse campeã de vendas de móveis e eletros, acabou por representar um exemplo nítido de propaganda enganosa e abusiva”, diz o estudo.
Aliás, como informam os pesquisadores, a empresa teve que lidar com uma crise de imagem iniciada quando um consumidor decidiu pagar apenas R$ 10,00 pelos móveis que havia comprado.
Nesse caso, os estudiosos chegaram a uma conclusão simples que poderia ter evitado os prejuízos das Casas Bahia — além de servir de alerta para todos os empresários do setor de varejo.
“A falta de planejamento e até mesmo de uma simples revisão de texto, o que deixaria evidente as possíveis interpretações que as pessoas fariam da frase em questão, podem acarretar em um declínio de vendas, processos judiciais e um impacto enorme na concepção que os consumidores fazem da marca”, conclui o artigo científico.
O medo de errar não pode impedir os empresários de trabalharem em suas marcas. Para Cecília, o processo de branding deve ser feito por qualquer empresa, independentemente da quantidade de anos em que ela atua no mercado.
“Sempre é tempo! Aliás, para que elas sigam tendo vida longa, é importante iniciar esse trabalho, mesmo anos após sua existência. Temos bons exemplos, como a Granado. Ela ficou anos sem fazer nada e a marca se revitalizou. Trouxe proposta nova respeitando a sua história”, conclui a especialista.
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