A trajetória do troféu Top Móbile, segundo seu criador
Designer Ivens Fontoura fala sobre os valores que nortearam o projeto e que refletem as características da indústria moveleira
Publicado em 28 de novembro de 2018 | 18:45 |Por: Cleide de Paula
Há 13 anos, o setor moveleiro estava prestes a ganhar sua mais importante premiação, um reconhecimento fundamental às marcas top of mind (mais lembradas) entre fabricantes de móveis e fornecedoras para a indústria. O troféu Top Móbile, prêmio que hoje já se compara ao “Oscar” do setor, deveria simbolizar esse momento.
Naquela época o troféu ganhava seus primeiros contornos pelas mãos do designer, museólogo e professor Ivens Fontoura, que almejava um item duradouro e ao mesmo tempo capaz de se renovar constantemente, traço genético de muitas empresas de sucesso.
– Vencedores do Top Móbile 2018 nas categorias fabricantes e fornecedores
Em 2006, ano da primeira premiação, o troféu Top Móbile fora planejado para ser um artefato longevo, um objeto para durar a “vida toda”, segundo seu criador, inclusive no seu formato e significado.
A estrutura se mantém sempre a mesma, vertical e ascendente, como uma coluna que indica crescimento e composição que converge múltiplos materiais comuns à indústria moveleira, como os aglomerados, o alumínio, o acrílico e a madeira, matéria-prima fundamental.
Até 2017, o objeto que coroa as empresas mais lembradas do setor moveleiro manteve a mesma identidade gráfica e plástica, mas cada ano, ao longo destas 12 edições, ele foi modificado em detalhes relacionados às cores e origens da matéria-prima.
“Sendo assim, as empresas que venceram o Top Móbile em mais de um ano, possuem hoje troféus com unidade estética que as unifica, mas que ao mesmo tempo são todos diferentes. Todos os anos inserimos mudanças no projeto – que sempre teve o granito na base, seguido de alumínio, o acrílico até culminar nas madeiras (o aglomerado e a bruta) –, ao nível das cores e da espécie de madeira”, diz Fontoura.
O designer e professor recebeu na tarde dessa terça-feira (27) uma placa de reconhecimento da Revista Móbile, pelas mãos do diretor comercial da editora que promove o prêmio, Carlos Bessa, em virtude de suas contribuições ao setor e design de móveis. O gesto coincide com o período de recuperação de Fontoura, que recentemente enfrentou complicações de saúde e foi submetido a uma cirurgia neurológica.
Em 2018, afastado do trabalho, Fontoura não pode projetar o troféu Top Móbile em sua 13ª edição, realizada na primeira noite da ForMóbile.
O desafio foi então aceito por Martha Manente, que ousou modificações mais radicais no projeto, trocando a posição da madeira que até então vinha tradicionalmente no topo e agora passa a ocupar a base, além de explorar a transparência do acrílico e tecnologias modernas como luz de Led (entenda mais sobre as mudanças no troféu nesta entrevista).
O formato e o significado do troféu do Oscar moveleiro, entretanto, prosseguem os mesmos, sólidos como Fontoura inicialmente os concebeu, apontando para os esforços das empresas rumo à excelência nos campos da produção, inovação e marketing. Confira aqui os vencedores de todos os anos.