Abicol projeta crescimento moderado para o setor de colchões em 2025
Pesquisa da Abicol revela expectativas positivas, mas destaca desafios como custos elevados e concorrência desleal
Publicado em 10 de abril de 2025 | 08:47 |Por: Júlia Magalhães

A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) divulgou os resultados da pesquisa “Panorama do Setor Colchoeiro – Expectativas para o 1º semestre de 2025”, que mapeia as percepções e previsões do setor para os próximos meses. O levantamento ouviu 73 empresas – entre fabricantes de colchões e fornecedores – de diversas regiões do País.
Apesar de um cenário ainda desafiador, marcado por custos altos e forte competitividade, a maior parte das empresas espera algum crescimento nas vendas e na produção no primeiro semestre de 2025.
Abicol aponta cautela otimista para o início do ano
Cerca de metade dos respondentes prevê aumento de faturamento em relação ao mesmo período de 2024. Já 40% temem queda nas receitas, e apenas 10% esperam estabilidade.
Em produção, a maioria aposta em crescimento de até 10%, enquanto 30% esperam redução e o restante deve manter os níveis atuais. Quanto às vendas, dois terços dos fabricantes projetam aumento no volume de colchões comercializados.
A pesquisa identificou dois grandes desafios para o setor: os custos operacionais e a concorrência desleal. Mais da metade das empresas aponta gastos com matérias-primas, energia e mão de obra como obstáculos significativos.
Já os colchões vendidos sem seguir normas de qualidade ou com sonegação fiscal preocupam cerca de 50% do setor. Outros pontos críticos incluem a oscilação da demanda, concorrência acirrada e dificuldade na formação de mão de obra qualificada.
Perfis distintos, percepções distintas
A análise da Abicol também separou os dados por perfil:
- Fabricantes com loja própria: São os mais otimistas. Nenhum prevê queda no faturamento ou vendas. Cerca de 66% esperam crescimento de até 10% e o restante estabilidade ou alta maior. O maior desafio, para eles, é a concorrência desleal.
- Fabricantes sem loja própria: Mostram mais cautela. Aproximadamente 60% preveem queda no faturamento, e 60% acreditam que 2025 será pior que 2024. Estão mais expostos à instabilidade no varejo multimarcas.
- Fornecedores: Com expectativa moderada, cerca de 42% esperam crescimento, e 50% temem queda. Destacam como entrave principal o alto custo dos insumos e logística.
Perspectiva geral para 2025
A visão consolidada dos participantes é de leve melhora em relação a 2024. Para 47,8%, o desempenho será melhor; 39,1% acreditam em piora; e 13% esperam estabilidade. O equilíbrio entre otimismo e prudência reflete as incertezas do cenário macroeconômico, com juros altos e consumo instável.
A Abicol reforça a importância de medidas públicas contra a informalidade, como fiscalização mais eficaz e incentivo à conformidade fiscal. Do lado privado, o setor deve investir em inovação, capacitação e estratégias comerciais mais eficientes. A atuação conjunta, segundo a entidade, é essencial para consolidar uma retomada sustentável.
Com uma abordagem realista e colaborativa, o setor colchoeiro brasileiro pode enfrentar seus desafios e aproveitar oportunidades de crescimento ao longo de 2025.
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