Como destacar os acabamentos BP e UV dos móveis no varejo
Vendedores podem apontar as diferenças e as vantagens de cada um dos processos e esclarecer dúvidas técnicas dos consumidores
Publicado em 26 de março de 2019 | 11:28 |Por: Portal eMóbile
Uma das características que podem ser trabalhadas como diferencial no varejo moveleiro são vendedores com conhecimento técnico sobre o mobiliário. A partir de informações objetivas, eles auxiliam os clientes na escolha mais adequada de suas soluções. E um dos aspectos mais atrativos ao consumidor deste segmento e que muitas vezes gera dúvidas no momento da compra é o revestimento e acabamento dos móveis, pois é nele em que se revelam a estética, resistência e durabilidade do produto.
Atualmente as indústrias do setor moveleiro trabalham com uma diversidade sistemas de pintura, revestimento e acabamento dos móveis. Entretanto, dois deles são bastante populares no mercado: o revestimento melamínico de baixa pressão (BP) e a pintura ultravioleta (UV).
Cada um destes acabamentos deriva de processos fabris distintos e reservam suas próprias vantagens, desde a questão de preço (uns são mais baratos) até a qualidade final do produto (em termos de beleza e resistência). Abaixo convidamos dois especialistas da área para apresentar aos varejistas e vendedores os diferenciais dos dois modelos, com informações que podem ser comunicadas ao consumidor.
Revestimento BP
Um acabamento dos móveis bastante comum no setor moveleiro é o revestimento melamínico BP, que consiste em uma lâmina de papel impregnada com resina melamínica e prensada sobre um painel de MDF ou MDP por meio de um processo de prensagem com temperatura e calor.
– Revestimentos laminados possibilitam vantagens competitivas nos móveis sob medida
“A principal vantagem que esse tipo de revestimento oferece aos móveis residenciais e corporativos, planejados ou modulados, é a velocidade de fabricação em indústrias de móveis, sua resistência e durabilidade, fácil manutenção e limpeza, e a beleza dos padrões e cores que acompanham as tendências globais sem deixar de destacar a inovação tecnológica”, aponta a responsável pelo marketing da Eucatex, Andrea Krause.
De modo geral, as indústrias de móveis compram as lâminas prontas de fornecedoras (como, por exemplo, Eucatex, Duratex e Berneck), e dentro das fábricas executam o processo de prensagem delas no painel de madeira. Portanto, não cabe às fabricantes moveleiras a criação de padrões deste tipo de acabamento, restando-lhes a opção de adquirir o que está disponível no mercado. Existe, então, a possibilidade do consumidor querer saber não apenas a procedência do mobiliário em si, mas também dos materiais de acabamento.
“Na Eucatex, estudamos a formação de gosto do consumidor, além de fornecedores e clientes para o lançamento das coleções 2019 de MDF e MDP BPs, Lacca Cetin, Lacca AD e Lacca Metallic, lançando painéis que permitem combinações variadas e reproduzem fielmente desenhos de madeiras, pedras, tecidos, híbridos e texturas. As coleções visam ampliar a competitividade do moveleiro, com uma oferta de diferentes revestimentos”, diz Andrea.
Pintura UV
Ao contrário do revestimento BP, que é comprado no mercado fornecedor, o processo de pintura ultravioleta, com exceção das tintas que geralmente são adquiridas de terceiros, é de inteira responsabilidade da própria fabricante de móveis. Sendo assim, as empresas produtoras podem definir seus próprios padrões de cores, texturas, e desenhos e, sobretudo, a qualidade do acabamento.
– Fabricantes de tintas e vernizes enaltecem acabamentos especiais para o mobiliário
Conforme o consultor moveleiro Claudio Perin, existem fábricas que capricham no acabamento dos móveis em termos de pintura, ao passo que outras deixam a desejar. Por isso o mobiliário em UV é uma incógnita (na qualidade e no preço) e seu detalhamento técnico é de fundamental importância tanto para o varejista quanto para o consumidor final.
Para sanar este tipo de dúvida e descobrir qual o melhor produto, Perin aconselha vendedores e compradores a atentarem para a gramatura do acabamento, ou seja, a quantidade de gramas de elementos envolvidos na pintura utilizada por metro quadrado. Segundo ele, uma gramatura acima de 80g/m2 é considerada boa, enquanto que uma de 50g/m2 é ruim.
“O processo de pintura UV é uma construção em camadas: o primeiro andar é o poliéster, o segundo andar é a tinta, o terceiro é a impressão (desenho da gravura), o quarto é o verniz e às vezes tem um quinto andar que é o verniz texturizado. Somando todas essas matérias teremos a gramatura do acabamento”, explica.
Conforme Perin, quanto maior for a gramatura, mais resistente será o móvel, mais duradouro o acabamento, menores as possibilidades do produto riscar, perder o brilho, descascar e dos materiais que estão abaixo das camadas de verniz surgirem na superfície do mobiliário. “No certificado de garantia ou no boletim técnico do produto deveria estar indicado nos móveis fabricados em UV qual é o padrão de gramatura. Isso é ser ético”, afirma Perin.