Alta rotatividade custa milhões às empresas
Brasil lidera ranking global de turnover; liderança com inteligência emocional se mostra decisiva para reduzir custos e reter talentos
Publicado em 15 de setembro de 2025 | 09:55 |Por: Julia Magalhães

A alta rotatividade de profissionais no Brasil se tornou um dos maiores desafios para empresas de todos os setores. De acordo com dados da Robert Half, com base no Caged, o turnover aumentou 56% em 2024 em comparação ao período pré-pandemia.
Esse cenário coloca o País no topo do ranking global de rotatividade. Em áreas como serviços e varejo, esse índice ultrapassa 80%, segundo levantamento da PME News.
Os impactos financeiros são expressivos. A Society for Human Resource Management (SHRM) estima que substituir um colaborador pode custar de 50% a 200% do seu salário anual. No contexto brasileiro, uma vaga com remuneração de R$ 120 mil ao ano pode gerar um custo de reposição de R$ 81,5 mil, de acordo com a BGC Brasil. Essa conta inclui despesas com recrutamento, integração, treinamento e perda de produtividade.
Além do custo financeiro direto, a rotatividade compromete o clima organizacional e o engajamento. Segundo o instituto Gallup, 42% dos profissionais que pedem demissão acreditam que a decisão poderia ter sido evitada com ajustes internos. Muitos relatam não terem tido conversas significativas com seus líderes nos meses anteriores à saída.
Liderança emocional reduz turnover
Para a psicóloga, empresária e fundadora do Tittanium Club, Fernanda Tochetto a chave está em desenvolver líderes com inteligência emocional. “Capacitar gestores para lidar com pressão e emoções da equipe reduz os impactos da rotatividade e fortalece a resiliência organizacional. Isso não é sobre intuição, é sobre método”, explica.
Entre as competências-chave estão a empatia, autorregulação, autoconsciência e comunicação assertiva. “Um líder emocionalmente preparado percebe sinais de insatisfação antes que se tornem pedidos de demissão”, complementa Fernanda.

“Liderança emocional não é apenas um diferencial competitivo – é uma estratégia essencial para manter resultados consistentes em um mercado instável”, frisa Fernanda Tochetto | Crédito: Divulgação
Redução de custos e ganho em desempenho
Investir em liderança emocional gera retorno direto. Reduzir o turnover significa menos gastos com substituições, preservação do conhecimento interno e manutenção da produtividade. Além disso, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, empresas reconhecidas como “Melhores para Trabalhar” apresentam desempenho financeiro até 170% superior ao índice Ibovespa ao longo do tempo.
Para alcançar esses resultados, Fernanda recomenda que as empresas adotem diagnósticos emocionais na liderança, criem programas contínuos de desenvolvimento comportamental e monitorem indicadores de engajamento e retenção.
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