Via Varejo: denúncia de fraude contábil faz papéis despencarem

Ouvimos um especialista para entender o impacto das investigações no futuro da gigante varejista

Publicado em 13 de novembro de 2019 | 16:41 |Por: Everton Lima

No início da tarde desta quarta-feira (13), as ações da Via Varejo despencaram. O grupo controla gigantes do varejo nacional, como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra. O motivo foi a confirmação de uma investigação interna que tem como objetivo verificar se a companhia sofreu fraude contábil.

A empresa veio a público, por meio de um comunicado, esclarecer que iniciou uma investigação para confirmar se as fraudes ocorreram. A investigação foi motivada por denúncias anônimas. Imediatamente, as ações da Via Varejo começaram a cair, chegando a uma desvalorização de 9%. A venda dos papéis chegou a ser interrompida.

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Situação da Via Varejo é incomum

O portal eMóbile ouviu o gestor de investimentos da Criteria Investimentos, Vitor Miziara, para entender como o dia de hoje poderá impactar o futuro da companhia a curto e médio prazo.

Miziara esclarece que a situação vivida pela Via Varejo hoje (suspeita de fraude contábil) não é comum no mercado financeiro brasileiro, apesar de não ser exclusividade da empresa. No começo deste ano, as ações da General Motors despencaram 15% na bolsa de Nova Iorque, depois de uma denúncia de fraude fiscal.

O gestor financeiro esclarece que este caso se trata de uma denúncia e que, até este momento, os auditores contratados pela empresa não encontraram irregularidades. A investigação foi dividida em duas fases. A primeira fase já foi concluída e a empresa iniciou a segunda — ainda sem data para ser finalizada.

Ainda assim, Miziara explica que enquanto essa situação não for esclarecida, a tendência é de que a Via Varejo tenha dificuldades no mercado financeiro. “A empresa caiu muito, pois ninguém sabia o que tinha acontecido, até que ela soltou um fato relevante informando que ela já estava investigando a denúncia e que não havia encontrado nada de significativo até o momento.

Denúncias se referem à gestão anterior

Em julho deste ano, a empresa demitiu doze executivos de seu alto escalão, substituindo-os por pessoas da confiança da família Klein — que retornou ao comando da companhia em 2019. Essas mudanças ocorreram após o Grupo Pão de Açúcar, até então o maior acionista da empresa, vender as suas ações. Portanto, as investigações de fraude contábil não se referem ao trabalho da nova gestão da empresa.

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