Especial Lojista 400: Movergs fala sobre o varejo

Entrevista exclusiva com o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Euclides Longhi

Publicado em 24 de julho de 2023 | 14:12 |Por: Júlia Magalhães

Este mês a Móbile Lojista chegou ao marco importante da edição 400. Por isso, ouvimos entidades importantes do setor moveleiro para falar sobre a evolução do varejo nos últimos anos e o que podemos esperar para os próximos. Confira entrevista exclusiva com o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Euclides Longhi.

Móbile Lojista | Ao longo dos últimos 40 anos, quais foram as principais mudanças percebidas no comportamento do consumidor?

Euclides Longhi | No comportamento do consumidor, percebemos grandes mudanças nos últimos 40 anos: consumidores mais exigentes com o advento do acesso às informações pela internet e o status dos móveis como protagonistas dos ambientes. O virtual facilitou a pesquisa, a identificação de oportunidades e as tendências, aproximando as pessoas a diversos mercados – inclusive o moveleiro.

“Nesse mundo cada vez mais conectado, a presença das empresas nas redes sociais, um site bem construído e uma comunicação clara são critérios absolutamente necessários.”

Os móveis assumiram um papel de protagonismo nos ambientes. Com um dia a dia de correria e estresse, especialmente em grandes centros urbanos, a casa se tornou um refúgio de aconchego e acolhimento. Os móveis se tornaram tão importantes quanto a parte estrutural do lar, pois não apenas oferecem funcionalidade como também praticidade e estética.

A indústria e o varejo precisaram acompanhar essa realidade. As fábricas investem constantemente em inovação, tecnologia e design. A qualidade dos produtos, com novas matérias-primas, a criatividade e personalização dos ambientes, dos móveis planejados, a necessidade de criar mobiliário multifuncional, que se adapte às novas construções e também diferentes consumidores, se tornou cada dia mais presente.

Além disso, as indústrias moveleiras passaram a olhar com mais atenção para as práticas sustentáveis, que vão desde a escolha de matérias-primas e fontes de energia renováveis até a governança e o cuidado com o meio social – avançando, mesmo que aos poucos, na caminhada do ESG.

Lojista | E no que tange o varejo. Quais as mudanças na maneira de vender e produzir móveis?

Longhi | O varejo se mostra um espaço de experiência, ou seja, por mais que a internet simplifique o consumo e a checagem de informações, grande parte da população ainda vai à loja física para comprar e experimentar móveis, ou até mesmo retirar itens que comprou on-line. O varejo de móveis vive na prática o formato omnichanel, no qual o virtual e o físico se complementam.

É muito interessante perceber essas mudanças tanto como empresário quanto como membro de uma entidade representativa. Na Multimóveis, empresa na qual sou sócio fundador ao lado dos meus sócios Ivo Cusin e Maristela Cusin Longhi, começamos com foco na produção de móveis infantis e infanto-juvenis. Com o passar dos anos, expandimos a operação, ampliamos o portfólio de produtos, passamos a exportar para mais de 40 países e vender em um e-commerce próprio diretamente ao consumidor final. Como presidente da Movergs, tenho a oportunidade de conhecer ainda mais sobre o setor moveleiro, área na qual atuo há cerca de 30 anos, e contribuir para o fortalecimento das indústrias.

Lojista | Como vislumbra o futuro do varejo moveleiro?

Longhi | De uma forma geral, acredito que as lojas de móveis continuarão tendo uma importância relevante para os consumidores, pois são espaços de experiência, assim como uma possibilidade de integração entre as marcas e as pessoas. A tendência é que e-commerce e lojas físicas continuem andando lado a lado, um complementando o outro. A chave está em entender as necessidades dos consumidores, inovar, criar espaços diferenciados, ter presença no digital, otimizar atendimento e serviço.

O varejo físico cada vez mais não se limitará a ser apenas um espaço de exposição, mas sim um ambiente para lojas e marcas de móveis se conectarem de modo humanizado com as pessoas. E a tecnologia não é uma vilã, mas sim, deve ser vista como uma grande aliada, pois pode ser utilizada para atrair e conectar pessoas, oferecendo experiências diferentes, através de realidade aumentada, entre tantas outras que veremos no futuro.

 

🔗 Leia na Móbile Lojista 400 uma matéria especial sobre a evolução ocorrida nos últimos 40 anos e o que esperar para os próximos.

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