Gestão por dados impulsiona PMEs

Especialista alerta: decisões baseadas em achismo ainda comprometem empresas. Crescimento sustentável depende de dados claros e gestão estratégica

Publicado em 22 de julho de 2025 | 08:16 |Por: Júlia Magalhães

A falta de dados concretos ainda compromete a sustentabilidade de muitas pequenas e médias empresas no Brasil. Para Samuel Modesto, empresário e especialista tributário, agir no escuro é um dos principais riscos enfrentados por gestores que querem crescer, mas ignoram informações estratégicas na tomada de decisão.

Fundador do Grupo SM e autor do livro Além dos Números, Modesto já acompanhou mais de 450 negócios em 19 estados brasileiros por meio de mentorias e treinamentos. Ele reforça que “dados são bússola, não burocracia. Quem quer expandir com segurança precisa aprender a monitorar seus números e interpretar tendências com base em fatos, não apenas em feeling”.

Intuição sem análise de dados pode custar caro

Mesmo com acesso a ferramentas acessíveis, muitos gestores ainda tomam decisões com base na intuição, sem olhar para métricas financeiras, operacionais ou de mercado. Segundo o IBGE, cerca de 60% das empresas brasileiras fecham antes de completar cinco anos – e a falta de planejamento estratégico é uma das causas principais.

“Tomar decisões sem dados pode acelerar o fracasso. A intuição é bem-vinda, mas precisa ser validada por indicadores”, destaca Modesto. Ele aponta que o acompanhamento do fluxo de caixa, a análise de desempenho por setor e a leitura de sazonalidades são práticas simples que fazem diferença na rentabilidade.

Ferramentas acessíveis para decisões mais acertadas

A digitalização já oferece recursos viáveis para empresas de menor porte. Modesto cita o uso de planilhas automatizadas, aplicativos de controle financeiro e plataformas como Google Data Studio, Power BI e ERPs simplificados como alternativas de baixo custo e alto impacto.

“O importante não é o tamanho da ferramenta, mas o entendimento sobre o que medir. Mesmo sem equipes especializadas, é possível fazer análises que ajudam a prevenir erros e revelar oportunidades”, afirma.

Diagnóstico e metas integradas

O uso estratégico de dados começa com um bom diagnóstico: onde estão os gargalos — nas vendas, nos custos, na produtividade ou no atendimento? A partir daí, a empresa pode estabelecer metas e indicadores de desempenho para acompanhar avanços.

“Uma queda nas vendas, por exemplo, pode não estar no marketing, mas no tempo de entrega ou na recompra. Sem dados, o empresário pode investir na direção errada”, alerta Modesto.

Ao cruzar informações de diferentes áreas, é possível tomar decisões de forma mais integrada, com foco na eficiência e no crescimento sustentável.

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