Indústria moveleira de Arapongas (PR) tem alta de 90%
A área moveleira que lidera o ranking de exportações do município paranaense. No ano passado, Arapongas exportou mais de US$ 95,1 milhões
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 | 09:00 |Por: Portal eMóbile
A indústria moveleira de Arapongas ampliou em 90% as vendas no mercado internacional. Dados da Comex Stat, sistema para consultas do Ministério da Economia, mostram as exportações do setor no ano passado somam US$ 61,8 milhões, quase duas vezes mais do que em 2020 quando a as fábricas de móveis movimentaram US$ 32,5 milhões no comércio do exterior. E é justamente o setor moveleiro que lidera o ranking de exportações do município. No ano passado, Arapongas exportou mais de US$ 95,1 milhões sendo a indústria moveleira responsável por 65% do total de produtos vendidos principalmente para o Chile, Peru e África do Sul, entre outros países.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), José Lopes Aquino, destaca que os fatores que favoreceram o crescimento nas exportações foram a valorização do dólar e os custos do frete internacional. “Os custos do frete internacional prejudicaram principalmente os países dos continentes asiáticos, abrindo mais o mercado nosso para exportação por estar mais favorável a vendas para países mais próximos do Mercosul e América do Norte como os Estados Unidos e Canadá”, observa.
Aquino também explica que em 2020 o setor teve uma base menor de exportação por causa da pandemia da Covid-19. Naquela época, houve falta de matéria-prima e as empresas optaram priorizar o mercado nacional. “Com o desabastecimento de matéria-prima e obviamente, a indústria deu preferência em atender o mercado nacional. Então houve uma incapacidade da indústria em atender o mercado internacional, porque havia uma grande demanda nacional”, explica.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Irineu Munhoz, disse que as empresas precisaram se reinventar em um período de adversidades e muitos buscaram o mercado internacional. “As empresas saíram da zona de segurança para buscar uma forma de superar os obstáculos. Acredito que isso deu uma condição mais favorável para que as empresas pudessem exportar”, observa.
Oscilação em 2020
De acordo com o economista, Marcelo Vargas, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) a expectativa de crescimento da economia em 2020 foi interrompida pela pandemia da Covid-19. “No começo de 2020 estava havendo um crescimento das exportações, mas a partir de abril sentimos uma queda, justamente quando começamos a enfrentar de forma mais intensa a Covid no nosso país. Ao longo do ano foram períodos de oscilação”, analisa. Contudo ele salienta que os números voltaram a subir ainda naquele ano, se consolidando em 2021. Segundo Vargas, a indústria moveleira foi impactada por essas exportações porque buscaram o mercado internacional.
“Algumas já vinham se preparando, outras com a pandemia passaram a buscar, outras já eram exportadoras e avançaram mais ainda. De modo geral as indústrias buscaram justamente uma alternativa para não dependerem apenas do mercado interno”, assinala.
Fábrica de móveis dobrou faturamento em 2021
A fábrica de móveis para dormitórios Moval certamente contribuiu para o crescimento das exportações do município no último ano. A empresa tem 55 anos e já atua no mercado internacional há mais de três décadas. De acordo com o diretor comercial, Adilson Rodrigues, as vendas lá fora já integram o planejamento anual da empresa que conta com um setor exclusivo dedicado ao comércio exterior.
“Devido ao boom de consumo que houve no segundo semestre de 2020 em diante e que se acentuou em 2021 no mercado externo, nós dobramos nosso faturamento, a meta para 2022 é ampliar as exportações em 30%”, pontua Rodrigues. Os investimentos na modernização da fábrica e em sua equipe torna a empresa uma das maiores no segmento em toda a América Latina, tanto em área quanto em capacidade produtiva, empregando mais de 700 funcionários.
“Nos últimos dois anos investimos muito na empresa, com a compra de equipamentos nacionais e importados, contratação de mão de obra, gerando diversos empregos diretos e indiretos”, comenta.
Por Cindy Santos – Tribuna do Norte On-line