Lojas Quero-Quero tem prejuízo de R$ 42 mi no 3T25

A Lojas Quero-Quero reforça plano de expansão, amplia receita com cartões e mantém indicadores de crédito sob controle no 3T25

Publicado em 6 de novembro de 2025 | 08:07 |Por: Julia Magalhães

Mesmo diante de um cenário desafiador para o varejo brasileiro, a Lojas Quero-Quero manteve sua estratégia de expansão no terceiro trimestre de 2025 (3T25), encerrando o período com 584 unidades operacionais.

A companhia, que é a maior varejista de materiais de construção em número de lojas no país, registrou um prejuízo líquido de R$ 42,1 milhões no trimestre, pressionada por menor demanda e custos financeiros mais altos.

Receita bruta recua 3,6%

A receita bruta líquida de devoluções e abatimentos somou R$ 788,9 milhões, queda de 3,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2024. O recuo reflete a desaceleração das vendas no varejo, especialmente nos meses de agosto e setembro, influenciada pela elevação da taxa de juros e seus efeitos no consumo das famílias.

Já as vendas em mesmas lojas (SSS) caíram 11,6%, após um crescimento expressivo de 10,6% no 3T24 – que havia sido impulsionado por uma demanda atípica após enchentes no Rio Grande do Sul. O lucro bruto no período foi de R$ 225,5 milhões, com margem de 28,6% sobre a receita bruta, uma queda de 1,1 ponto percentual.

Expansão moderada e controle de inadimplência

Apesar do ambiente de retração, a companhia inaugurou 5 novas lojas no trimestre, atingindo 19 aberturas no acumulado do ano. O foco regional se manteve nas regiões Sul e Centro-Oeste, com destaque para Paraná e Mato Grosso do Sul, onde houve os maiores crescimentos relativos no número de lojas.

Na frente de crédito, a inadimplência acima de 90 dias permaneceu controlada em 11,7%, mesmo patamar do trimestre anterior, graças à política conservadora da empresa e ao fortalecimento dos processos de cobrança. O segmento de serviços financeiros cresceu 13,3%, alcançando R$ 235,2 milhões em receita, enquanto a divisão de cartões de crédito registrou alta de 15,1%.

Lucro ajustado e EBITDA em queda

O lucro líquido ajustado foi negativo em R$ 26 milhões no 3T25, refletindo ajustes relacionados a efeitos contábeis e itens não recorrentes. Já o EBITDA ajustado ficou em apenas R$ 5,1 milhões, representando uma queda de 83,5% em relação ao 3T24.

Entre os principais fatores que pressionaram o resultado estão o maior custo de capital, o ambiente mais promocional e o impacto do crédito mais caro na margem dos serviços prestados. O resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$ 44,3 milhões no trimestre, alta de 41,3% ante o ano anterior.

Dívida, investimentos e perspectivas

A empresa encerrou o trimestre com dívida líquida ajustada de R$ 427,4 milhões, e índice de alavancagem de 2,4 vezes o EBITDA dos últimos doze meses. Em setembro, a companhia emitiu R$ 145 milhões em debêntures com prazos de 5 e 6 anos, com objetivo de alongar seu passivo e preservar spreads.

Os investimentos no trimestre somaram R$ 12,9 milhões, com destaque para abertura de lojas, modernização do parque existente e melhorias em logística e TI. O montante representa uma queda de 11% em relação ao 3T24.

A gestão reafirma seu compromisso com o guidance de abertura de lojas para o ano, mantendo o foco nos pilares estratégicos: ganho de mercado, excelência em crédito, eficiência operacional, digitalização das vendas e cultura de alto desempenho.

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