O poder das cores no setor moveleiro
O desejo por nuances mais naturais e suaves, inspiradas pela natureza, veem em uma crescente quando falamos de cores no setor moveleiro
Publicado em 3 de abril de 2023 | 12:02 |Por: Júlia Magalhães
As cores têm grande influência sobre o comportamento humano. Não à toa, as marcas a utilizam para transpor mensagens inconscientes. Mas, seu uso não se restringe a isso. Em ambientes, elas têm o poder de estimular, acalmar e equilibrar, por exemplo. Sua influência nos espaços depende do impacto psicológico que elas têm sobre a pessoas, e esse impacto está relacionado a fatores subjetivos. Também faz diferença se a cor é empregada em uma tonalidade mais viva ou mais suave, ou então se elas estão presentes com destaque ou apenas em pequenos detalhes. Por isso, a importância das cores no setor moveleiro.
Se por um lado a tecnologia acelera cada vez mais, com casas conectadas e dispositivos inteligentes, que conquistam adeptos, por outro, a necessidade de refúgio e desconexão faz com que a natureza esteja mais presente dentro dos lares. Seja propriamente dita, seja nas matérias-primas, texturas e, claro, nos tons.
Design Biofílico
Dentro disso, o conceito da biofilia veio com força. Biofilia, ou “amor à natureza”, é um conceito nomeado nos anos 80 pelo biólogo estadunidense, Edward O. Wilson. Em sua pesquisa, Wilson reconheceu a importância de elementos naturais na decoração urbana para o bem-estar e saúde mental. A fim de emular características do design biofílico, a indústria moveleira já tem como padrão o uso de cores que remetem à natureza. Além disso, a marcenaria também tem trazido ao público um mobiliário texturizado e com formas mais orgânicas. A intenção é gerar o máximo de sensação de conforto para o consumidor.
“No contexto de biofilia, há estudos que mostram que as pessoas se tornam mais criativas e desestressam. Os verdes e azuis, que são cores da natureza, proporcionam a sensação de calma e equilíbrio”, pontua a designer e especialista em consumo, Andrea Krause.
De fato, nos últimos anos, especialistas e feiras do setor de varejo, decoração e arquitetura já indicavam que as pessoas estão, cada vez mais, buscando uma conexão maior com o lar. Em meio a hiperconexão, a casa assume o papel de lugar de desintoxicação do mundo. Isto é, as pessoas não querem simplesmente uma casa para suprir as necessidades fisiológicas. Elas querem um refúgio seguro e aconchegante com sentimento de pertencimento.
Esse movimento comportamental, cada dia mais em evidência, impacta diretamente nas tendências materiais e cores que compõem o lar das pessoas.
Inspiração às magazines
Em lojas de planejados e móveis sob medida a cor é integrada ao showroom. “Elas conversam com madeiras, tecidos e lacas. Nesse cenário, é possível criar uma ambientação que representa um estilo, design ou contexto”, pontua a designer e especialista em consumo, Andrea Krause.
O lojista do magazine não trabalha dentro desta configuração. No entanto, a especialista ressalta que faria sentido para o lojista trazer essa questão com mais eficácia. “Acredito que isso deveria ser uma mudança na estratégia do lojista de trazer apartamentos mobiliados, a percepção da composição, senão no físico, no digital, para que as pessoas possam ter a sincronicidade do ambiente dentro da tendência de cores.” Andrea acrescenta, ainda, que “os moodboards (painéis de paletas inspiracionais) podem ser explorados pelas varejistas para oferecer composições aos clientes a fim de trazer maior orientação de combinações”.
Móbile Lojista: cores no setor moveleiro
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