Projeções para 2022, por Agnelo Seger, do Grupo Herval
Presidente do Grupo fala sobre suas expectativas em relação ao ano que se inicia, que será preciso muita cautela, mas também há coisas positivas que estão acontecendo e que devem favorecer o setor moveleiro
Publicado em 5 de janeiro de 2022 | 09:00 |Por: Portal eMóbile
“Quando olhamos as projeções de bancos e outros agentes econômicos, o baixo crescimento previsto para a economia no ano de 2022, ficamos preocupados. É ano de eleições, o embate político trás no seu bojo muitos questionamentos e ações que refletem no humor dos mercados, gerando oscilações importantes na bolsa, na cotação de moedas, no dia a dia das pessoas e empresas. A inflação até agora em alta, exigindo um combate ferrenho do Banco Central nos seguidos aumentos das taxas de juros é outro inibidor de consumo e financiamento.
É ano de Copa do Mundo que para nosso segmento não agrega. O setor moveleiro, após os primeiros impactos, andou bem na pandemia, as pessoas em casa investiram na melhoria de seus móveis, no seu conforto gerando bons negócios, porém este ímpeto diminui muito. As pessoas podendo sair de casa após este longo período de clausura, o que não deixa de ser bom, trouxe outras prioridades que disputam o mesmo orçamento e aí vem uma questão importante, os aumentos de preços, de forma geral, foram muito elevados e o ganho das pessoas de longe não acompanhou, gerando um menor poder de compra, que em muitos casos se resume ao atendimento das necessidades básicas.
A pandemia não só no Brasil, mas no mundo inteiro promoveu um desarranjo, de produção e agora principalmente de logística, influenciando sobremaneira em diferentes preços e esta situação ainda vai levar algum tempo para normalizar dependendo do segmento.
Teríamos muitas ponderações a fazer, mas apesar de todo este quadro, tem questões muito positivas acontecendo, as privatizações, os leilões e concessões, os investimentos em infraestrutura que a médio prazo vão começar a gerar mais emprego, renda, enormes investimentos. O Agro negócio que, cada vez mais, alcança novos patamares, e um sentimento, que esperamos não seja passageiro para nossa indústria principalmente, que o mundo inteiro quer diminuir a dependência da China e países asiáticos. Para nós o mercado externo deve, de certa forma, ajudar a compensar os problemas locais. Não adiantam lamentações, temos que fazer acontecer.
Nosso varejo trabalha dentro destas mesmas premissas ou projeções, focado na melhoria das operações tanto das lojas físicas, onde temos inaugurações previstas para o próximo ano, como no e-commerce, logística, serviços.
No último ano fizemos enormes investimentos, implantando uma unidade nova de 54.000 m2 em Dois Irmãos e outra em construção de mais 12.000 m2 visando aumento da fábrica de painéis e setor de madeira com foco no mercado interno e externo. Estamos participando da Movelsul, da Abimad, além de feiras regionais onde mostraremos novidades em todas as linhas de atuação.
Vejo o consumidor neste momento reorientando a prioridade de seus gastos, ávido por sair de casa, setores que antes sofreram muito, restaurantes, hotéis, viagens, companhias aéreas, lazer e outros voltando fortemente, mesmo porque o próprio período do ano favorece. Também penso que investimento em bens duráveis do nosso setor, vão ser feitos, mas com maior cautela, variação de preços, juros altos, esperamos que a construção civil possa ajudar a demanda por móveis.”