Vendas do varejo devem crescer 2% em 2023, diz CNC

Presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, acredita que, se mantido o curso atual, 2024 será um ano melhor do que 2023 nas vendas do varejo

Publicado em 8 de novembro de 2023 | 08:20 |Por: Júlia Magalhães

A recuperação do poder de compra, o aumento da renda, a diminuição da inflação e uma leve redução nas taxas de juros indicam períodos de relativa estabilidade no setor varejista. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima um crescimento real de 2% nas vendas do varejo em 2023. No primeiro bimestre, o saldo entre abertura e fechamento de estabelecimentos foi positivo, com 27,6 mil novos pontos, tanto físicos quanto digitais, conforme relatado pela CNC.

As cerca de 5,5 milhões de empresas comerciais ativas no Brasil também celebram o aumento no número de clientes. As visitas às lojas físicas cresceram 3% em junho, comparado ao mesmo período de 2022, de acordo com o levantamento de fluxo de visitas em shopping centers e lojas físicas no Brasil, realizado pela Sociedade Brasileira de Consumo (SBVC).

Os comerciantes de rua experimentaram um aumento de 11%, enquanto os de shopping tiveram um aumento de 2%. No varejo ampliado, que engloba postos de combustível e venda de veículos, 1 em cada 4 vagas de emprego é gerada pelo setor varejista, conforme dados do IBGE; entre os trabalhadores formais, 23% (9,9 milhões) estão no comércio.

O presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, acredita que, se mantido o curso atual, 2024 será um ano ainda melhor do que 2023. “É crucial instilar confiança na economia para assegurar o crescimento”, destaca. Ele aponta o endividamento da população como um desafio, apesar dos programas de renegociação de dívidas, observando que 78% das famílias permanecem endividadas.

Já o presidente da SBVC, Eduardo Terra, ressalta que não é possível prever um crescimento uniforme em todos os setores. “Os segmentos de compras recorrentes, que praticamente não dependem de crédito, mas sim dos níveis de emprego, estão em uma posição favorável, enquanto o varejo de bens duráveis, que é dependente da oferta de crédito, é mais impactado pelas altas taxas de juros”, afirma.

Ibevar projeta maior crescimento nas vendas do varejo

Para o período de retrospecto de 12 meses, de dezembro de 2022 a dezembro de 2023, é previsto um crescimento de 4,96% para o varejo ampliado brasileiro, enquanto o varejo restrito deve crescer 1,74%, conforme projeção da Ibevar – FIA Business School. Claudio Felisoni, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, destaca que, embora a recuperação seja perceptível, ela ainda é sutil, considerando o cenário tumultuado de 2022 que já era esperado.

“O endividamento das famílias e a incerteza no cenário político, especialmente em relação à capacidade real do governo de controlar o déficit público, atuam como freios à expansão sustentável do consumo”, explica Felisoni. A pesquisa realizada pela instituição abrange expectativas para 10 segmentos relacionados ao varejo. Entre os setores que se espera que acompanhem o crescimento e se expandam, destaca-se a categoria de móveis e eletrodomésticos, com uma alta projetada de 1,3%.

No que diz respeito ao último trimestre de 2023, a análise da Ibevar indica uma perda de força, apesar do desenvolvimento positivo do varejo ampliado (0,8%) entre outubro e dezembro. Essa desaceleração é atribuída à expectativa de contração de 0,7% no varejo restrito nesse mesmo período.

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