Vender móveis online: marketplace pode ajudar

Ferramentas digitais colocam os marceneiros diante de milhões de potenciais clientes gratuitamente

Publicado em 24 de setembro de 2019 | 08:25 |Por: Everton Lima

Vender produtos pela internet é uma realidade cada vez mais comum na vida dos empreendedores. Para obter sucesso nessa empreitada, muitos empresários do setor de móveis criam sites, blogs e investem pesado nas redes sociais. Além disso, fazem parcerias com plataformas de marketplace, como a Amazon, Americanas, Magalu etc. para vender móveis online.

Um estudo divulgado pela Precifica revelou que a quantidade de vendedores nas plataformas de marketplace cresceu mais de 90% entre os anos de 2017 e 2018. A Precifica analisou três plataformas: Walmart, Extra e Americanas.com.

Para a especialista em Planejamento Estratégico de Marketing (FGV), Ana Saragoça, a melhor definição para uma plataforma de marketplace é compará-la a um “shopping center online”.

No entanto, para poder participar desses sistemas, o empresário deve ter um negócio bem estruturado, com setores de atendimento e estoque bem-definidos. Isso exclui os pequenos marceneiros, certo? Errado!

Algumas marcas têm se dedicado a oferecer um sistema de marketplace voltado aos pequenos negócios. Um exemplo disso é o Facebook Marketplace.

Plataformas de marketplace: vendendo móveis pelo Facebook

O Facebook Marketplace foi lançado no Brasil há pouco mais de um ano. Até então, os usuários dessa rede social se reuniam nos grupos de vendas para comercializarem os seus produtos, incluindo os móveis. Agora, eles podem fazer anúncios gratuitos no Facebook Marketplace, um espaço destinado apenas às compras e vendas.

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Entre esses usuários, está o jovem marceneiro Jonathan Correia, de 29 anos. “O uso da ferramenta tem sido importante para a divulgação do meu trabalho. Acredito que impactou bastante nessa parte de contato e divulgação”, considera. Antes de usar o Facebook Marketplace, o marceneiro divulgava seus serviços no OLX.

Ele conta que a facilidade no uso do sistema foi um diferencial positivo. “O uso do Facebook Marketplace foi fácil. Criar um anúncio na ferramenta é simples e intuitivo e não exigiu, no meu caso, a ajuda de outra pessoa.”

Correia pretende criar um site no futuro para aumentar o alcance de sua marca, mas, até que isso aconteça, toda a sua presença digital está resumida às plataformas de vendas online.

Arte: Everton Lima

Infográfico explicando sobre Facebook Marketplace

Arte: Everton Lima

Primeiros passos no marketing digital

Para Ana, as plataformas de marketplace podem ser o primeiro contato de um empreendedor com o marketing digital. “O mercado de Marketplace está em expansão com perspectiva de crescimento em setores diversos e até para prestação de serviços. Para novos empresários é excelente, pois representa uma entrada de dinheiro sem o risco do investimento em contratar equipe em marketing digital. Além disso, o vendedor não tem despesas com sistemas e o investimento financeiro em anúncios para que a sua mensagem chegue ao consumidor final”, explica a especialista da FGV.

No entanto, ela esclarece que o vendedor deve ter uma postura profissional nessas ferramentas. “Existe muito amadorismo no planejamento do básico. Principalmente nas fotos, na descrição do produto e no relacionamento com clientes.”

Para ela, ainda que o empreendedor não precise fazer investimentos para anunciar no Facebook Marketplace, ele deve se esforçar para que sua mensagem seja transmitida de forma profissional. “O pequeno empresário deve investir em fotos (ou vídeos) de qualidade, com câmera profissional. Deve-se evitar fotos embaçadas, com fundo difuso ou sem iluminação adequada. A descrição deve ser de linguagem simples e detalhada para que qualquer leigo entenda”, sugere.

Plataforma ajuda marceneiro a vender móveis online

Outra plataforma que tem se destacado entre os marceneiros é o GetNinjas. De acordo com a empresa, mais de 30 mil marceneiros estão cadastrados na ferramenta. Aliás, no primeiro semestre deste ano, esses profissionais receberam mais de 12 mil pedidos para fabricarem móveis — além de 11 mil contratações para consertarem mobílias.

Para o fundador e CEO da marca, Eduardo L’Hotellier, os profissionais costumam se adaptar facilmente à ferramenta. “O que percebemos é que esse processo costuma ser rápido e que muitos deles passam a usar esse mecanismo como principal abordagem para vendas. Isso acontece por entenderem que é uma maneira mais eficiente de conseguir contatos. Além disso, é um processo mais ágil também para os clientes, que precisam se organizar com outras demandas do dia a dia”, pontua.

Por mês, a GetNinjas recebe mais de 250 mil pedidos de serviços. Nos últimos doze meses, os negócios gerados na plataforma movimentaram R$ 400 milhões.

O aplicativo não cobra nenhuma comissão dos usuários ou dos profissionais cadastrados e monetiza o negócio a partir da venda de pacotes de moedas virtuais que os profissionais utilizam para ter acesso aos contatos dos clientes que solicitam os serviços no app. Os valores dos pacotes variam de acordo com o tipo de serviço e tamanho da demanda. Desta maneira, os profissionais estabelecem os preços dos seus trabalhos, negociam diretamente com os clientes e recebem 100% do valor cobrado pelo trabalho..

Especialista dá dicas para quem quer começar a vender

Para Ana, o sucesso de um vendedor que utiliza essas ferramentas depende da qualidade do seu atendimento. “No quesito de relacionamento, apesar de o empresário não ter contato direto com o cliente, deve-se pensar na satisfação dele para a recomendação positiva e melhor posicionamento dentro do marketplace”, explica.

A especialista da FGV dá algumas dicas para os empreendedores terem sucesso ao vender móveis online. “O envio de carta de agradecimento ou cupom de desconto para uma segunda compra é sempre uma agradável gentileza. Além, é claro, do cumprimento de prazos de entrega e comunicação de fácil acesso em caso de devolução ou troca”, sugere.

Na edição 361 da revista Lojista, a editora Cleide de Paula fala de um tema que costuma gerar dúvidas entre os empresários moveleiros: a precificação dos produtos. Leia a matéria agora mesmo!

 

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