Comprar on-line: brasileiros testam o produto na loja, mas compram pela internet

Estudo analisa como o consumidor se comporta diante da possibilidade de comprar tanto on-line como em lojas físicas

Publicado em 16 de agosto de 2019 | 12:08 |Por: Everton Lima

Quem gosta de comprar on-line sabe que pode encontrar muita informação sobre os produtos na internet. Contudo, um estudo divulgado pelo Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) revelou que o hábito de recorrer à internet na hora de conhecer um produto também é feito por quem deseja comprar pessoalmente: 97% dos entrevistados disseram que fazem pesquisas na internet antes de comprar nas lojas físicas.

No entanto, de acordo com o SPC, 84% dos entrevistados fazem o caminho contrário. Eles primeiro vão às lojas e, caso se interessem pelos produtos, fazem a compra pela internet.

Os resultados desse material indicam que os lojistas que investem em soluções que mesclam estratégias físicas e virtuais podem se beneficiar dos novos comportamentos de consumo, conforme explica o economista Vinícius Silva. Ele atua na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL/MG). “Isso é uma tendência que nós veremos crescer a curto e médio prazo”, afirma o economista.

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Comprar on-line: vantagens e desvantagens, segundo a pesquisa

Silva explica que o consumidor considera o preço dos produtos on-line mais interessantes do que os dos comercializados nas lojas físicas: “Hoje a internet consegue um preço diferenciado, pois ela não tem alguns custos comuns às lojas físicas. Às vezes, nós vamos na loja, experimentamos o produto, mas fechamos a compra pela internet — como se a loja fosse uma espécie de mostruário”.

Para ele, os lojistas que se mantiverem apenas nos canais físicos podem perder vendas. “Hoje, o mesmo produto que a gente vê nas lojas físicas pode ser encontrado na internet”, explica.

Aplicativos crescem, sites caem

No ano passado, o SPC informou que 93% dos seus entrevistados haviam comprado on-line, por meio de um site. Em 2019, esse número caiu para 89%. Já os que compraram usando um aplicativo para smartphone cresceram de 51% para 61%.

Muitos indicadores podem explicar esse aumento de 10 pontos entre os dois anos. Um deles, é o fato dos smartphones serem tão populares no Brasil. De acordo com um levantamento publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), nosso país tem mais de 230 milhões de smartphones ativos. Assim, o número por habitantes é de 1,1, algo próximo ao visualizado nos EUA (1,32) e acima da média mundial que ainda não chega a um smartphone por pessoa.

No entanto, para Silva, o sucesso dos aplicativos vai além dessa questão. Ele afirma que as empresas de varejo conseguiram levar para os apps a mesma personalização de atendimento que oferecem nas lojas físicas. O aplicativo transformou cada celular em um ponto de venda, um ponto de venda ligado diretamente à loja. Fica mais fácil fazer a compra, pois os dados ficam salvos no sistema do app. A compra é feita em um clique”, explica.

Ademais, ele elogia as análises de dados realizadas pelas empresas, com a finalidade de oferecer vantagens personalizadas. “O consumidor entra no celular e a loja mostra para ele um cupom de desconto. Isso impulsiona a venda.”

Certamente essas iniciativas estimulam a compra impulsiva, pelo menos é isso que o estudo do SPC indica. 56% das pessoas ouvidas confessaram que fizeram compras on-line por impulso, motivadas por promoções. Para o lojista, nem sempre essas compras significam um bom negócio, uma vez que o Código de Defesa do Consumidor garante ao cliente que comprar on-line a possibilidade de devolver o produto. Nesse caso, a empresa precisa ressarcir todos valores pagos pelo consumidor, incluindo o frete.

 

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