Fornecedores 323

27 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 Capacidade e experiência: a equipe não sabe e não consegue encontrar maneiras de melhorar os resultados obtidos e chegou em um patamar que não consegue superar; Problemas externos: fatores fora do controle da equipe que impac- taram a empresa; Motivação: a equipe sabe o que tem que ser feito e existe a deman- da, porém a motivação individual e atuação do time impedem que se movam em direção dos objetivos da empresa; Concorrência: a oferta do pro- duto e serviço da concorrência é superior, seja em qualidade, preço ou velocidade da entrega ou todos esses itens ao mesmo tempo, por isso a sua empresa não consegue atingir as metas por conta da con- corrência; Tecnologia: os processos internos da empresa dependem de tecnolo- gias que hoje estão indisponíveis e por isso a torna menos competitiva. A tecnologia aqui não se restringe somente ao processo produtivo, mas também às ferramentas de marketing digital na prospecção de novos clientes e de relacionamento, tornando a experiência do cliente como ponto fundamental para o crescimento e conquistas das metas. Fornecedores | Quais os planos que essas pequenas e médias marcenarias não devem esque- cer de ter em seu planejamento? Matsumoto | Para facilitar o desenvolvimento do planejamento das pequenas e médias empresas, sugiro que o empresário e seus sócios determinem o principal objetivo da empresa ao longo do ano. Por exemplo: crescer 20% em receita com 15% de lucro líquido com o aumento de novos clientes. Com esse objetivo determinado, ele deve fazer um plano para cada uma das áreas da empresa, contemplando desde a área de marketing, passando por como aumentar esses clientes, previsão de produção para comportar o aumento do número de projetos, avaliar a parte financeira para ter capital o suficiente para compra de insumos e demais despesas, e chegando até à equipe, com uma análise relacionada à necessidade ou não de contratar mais gente ou melhorar a capacidade de execução e a estrutura necessária para rea- lizar tudo isso. O empresário não pode esquecer de forma alguma de eleger os indicadores que irão demonstrar se estão dentro ou fora da meta, o que foi determinado para cada área atingir e fazer o acompanhamento e ajustes dia a dia, mês após mês. Fornecedores | Por que é impor- tante traçar esses objetivos? Como definir as estratégias? Matsumoto | Sem objetivos a em- presa dificilmente consegue envol- ver as pessoas para que a empresa evolua e garanta sua permanência no mercado. Ela ficará à deriva e será reativa na sua atuação, ou seja, vai apenas reagir, da forma que puder, a aquilo que o mercado oferecer. Agora, se a empresa de- termina seus objetivos e age para que eles possam ser atingidos, ela de certa forma controla e direciona seus esforços para que esse plano se torne realidade. Peter Drucker, o pai das estratégias empresariais, afirmou: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Fornecedores | É importante definir as estratégias por área da empresa (gestão, marketing, vendas, produção, montagem)? Matsumoto | Com certeza. Quando você divide os proble- mas em partes menores, facilita a compreensão e resolução deles. Por isso, dividir as diversas áreas da empresa, como marketing, finanças, produção e montagem ajuda a compreender cada desafio e como elas funcionam quando se integram. Essa estratégia deve seguir uma coesão. Por exemplo, se a empresa determina que a sua venda promete produtos de alta qualidade e durabilidade e cobra mais caro por isso, mas o pessoal de compras adquire o produto com o menor preço e baixa qualidade seguindo uma orientação de redu- ção de custos, com certeza teremos um grande problema na hora da entrega e insatisfação do cliente. Por esse motivo, o papel do diretor que está desenvolvendo o planeja- mento estratégico deve trabalhar departamento por departamento, mas nunca deixar de ver a empresa como um todo. Fornecedores | Quais falhas que muitas empresas cometem e não devem cometer novamente? Matsumoto | Os problemas e as crises trazem grandes aprendiza- dos. Com certeza, após a crise, os empresários perceberam que não podem ter um fornecedor e sim ter outros para que em uma falta de matéria-prima ele já tenha relacio- namento com outros e assim ga- rantir um pouco mais de insumos. Também deve ter percebido que não devem operar a empresa com o caixa sem uma reserva maior, pois muitas tiveram que recorrer a crédito de última hora e os juros corroeram as margens de lucro. Outro momento é a falta de mão de obra qualificada na hora que houve um aumento da demanda. Será que poderiam ter processos mais bem definidos e treinamentos preparados para os novos cola- boradores? Poderíamos ter feito algo para reter nossos melhores profissionais para que não fossem aliciados pela concorrência? Deverí- amos ter um estoque mínimo para ferragens, chapas e insumos de alta rotatividade? Cada empresário deve fazer uma reflexão sobre o último ano, aprender com as difi- culdades e problemas e se precaver para este e os próximos anos.

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