Fornecedores 324

22 FORNECEDORES SOB MEDIDA 324 Verificamos com especialistas, entidades e indústria as perspectivas para o setor moveleiro em 2023, com análise da produção de móveis em 2022 O que será do novo ano? O setor moveleiro viveu uma situação atípica nos últimos anos. Sem grandes resultados até 2019, apreciou um momento de alta demanda em 2020 e 2021. Pode- -se avaliar que a crise econômica de 2015 gerou uma demanda reprimida no consumidor. Demanda suprida com a disponibilidade de investi- mento – diante da não realização de outros gastos – com o isolamento social provocado pela pandemia. Essa combinação resultou no ciclo elevado de consumo de móveis. Isso perdurou até o final de 2021, com a impressão da indústria de móveis ter tido uma “bolha de con- sumo”, reflexo do consumo refreado de outros anos. “Houve uma soma das duas coisas”, considera o diretor do Iemi – Inteligência de Mercado, Marcelo Prado. “Com certeza havia muita demanda reprimida, mas com a forte redução dos juros (para 2%, durante o período mais agudo da pandemia) e as necessidades gera- das pelo home office, o consumo de móveis no País ganhou um forte impulso”, avalia. Euclides Longhi, presidente da Asso- ciação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Mo- vergs), compartilha da opinião que a pandemia acelerou muito as vendas de móveis, pois as famílias passaram a investir em seus lares, mas não chamaria de bolha de consumo. “Foi uma aceleração maior de demanda em função da renda não estar sendo usada em outras atividades”, opina. Com bons números em 2020 e valores recordes em 2021, o ano de 2022, entretanto, ficou aquém do desejado. De janeiro a dezembro, a estimativa é de que a produção de móveis no País tenha experimentado uma queda de 12,4% no total de peças fabricadas em 2022, frente ao desempenho de 2021. Um volume projetado em torno de 388 milhões de peças produzidas no último ano. Em 2021, foram 443 milhões. Já dados consolidados do IBGE indicam que a produção de móveis em 2022 registrou queda de 16,2% em rela- ção a 2021. Isto que os últimos meses de 2022 apontaram leve retomada no ritmo produtivo da indústria moveleira. O último ano foi um período difícil, com o enfrentamento de diversos obstáculos internos e externos de ordem econômica e política, em um mundo que ainda luta contra a pandemia e que sofreu uma crise inflacionária diante também de conflitos internacionais como a Guerra na Ucrânia. “Isso tudo desencadeou um descompasso na cadeia de abastecimento global e entraves logísticos que encarece- ram, bem como prejudicaram, a produção, além de terem enfraque- cido as exportações, que vinham a níveis recordes”, pontua Irineu Munhoz, presidente da Associação Brasileiras da Indústria do Mobiliário (Abimóvel). “O setor moveleiro ganhou uma importância relevante durante a pandemia da Covid-19. Com o controle da pandemia, contudo, boa parte dos recursos dos consumidores voltaram a ser direcionados para O setor moveleiro teve os bons resultados dos últimos dois anos, mas com taxa de crescimento um pouco menor Ornare PERSPECTIVAS Por Thiago Rodrigo

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