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23 JANEIRO/FEVEREIRO 2023 outros fins, como entretenimento e lazer, entre outros. Isso exige que os nossos empreendedores realizem um trabalho eficaz e criativo para manter o interesse e o engajamento no setor diante dessas transformações. O que é, de fato, um desafio constante e permanente”, pontua Munhoz. Pelos móveis serem bens duráveis e não bens de consumo, cuja demanda se renova em um prazo bastante curto, é natural que as vendas e, con- sequentemente a produção, se reaco- modem após um expressivo cresci- mento. Além disso, tanto em 2020 quanto em 2021, as vendas para o mercado externo tiveram ótimo incremento. Isso levou as indústrias a aumentarem sua produção, algo que não ocorreu em 2022 diante da guer- ra na Ucrânia e incertezas no Reino Unido e no Chile, impactando as exportações. “Essa soma de fatores colaborou para a desaceleração da produção e do faturamento das em- presas moveleiras nacionais”, analisa Longhi, presidente da Movergs. VAREJO DE MÓVEIS No varejo, segundo estimativas preliminares do Iemi – Inteligência de Mercado, as projeções para 2022 apontam queda de 6,5% frente ao desempenho do ano retrasado, com cerca de 388 milhões de peças comercializadas. Apesar do recuo na passagem de 2021 para 2022, o de- sempenho poderá ser 2,1% maior do que em 2019, ano pré-pandemia sob condições mais regulares de mercado. Com crescimento de 3,5% em recei- tas nominais (sem descontar a inflação do período), sobre o ano de 2021, a queda nas vendas reflete uma com- binação de três grandes fatores, na avaliação de Marcelo Prado, do Iemi: fim do ciclo de vendas aquecidas pe- los movimentos da pandemia, como o home office; aumento significativo dos juros, encarecendo e dificultando a compra a prazo, tão necessária para o consumo de móveis, principalmente os populares; além da alta inflação observada nos preços dos produtos no varejo, em especial em 2022, quando a forte elevação dos custos de produção chegou de forma plena aos estoques das lojas, que se viram obrigadas a repassar os aumentos de preços dos produtos a seus consu- midores, ainda que isso significasse queda dos volumes de venda. No varejo, as estimativas apontam para a comercialização de cerca de 417 milhões de peças de mobili- ário durante 2023, o que deverá gerar receita de aproximadamente R$ 124,1 bilhões no comércio de móveis e colchões. EXPECTATIVAS PARA 2023 Ao longo de 2023, há um grupo relevante de fatores que poderão ajudar na retomada do crescimen- to do mercado moveleiro. Para o diretor do Iemi, elas são: a grande quantidade de novos imóveis que serão entregues ao longo desse ano, a queda nas taxas de desem- prego para quase a metade da observada no auge da pandemia, o aumento real da massa salarial, a redução da inflação na produção de móveis (acumulada em -0,15% em 2022), além dos programas so- ciais previstos nas políticas públicas do novo governo. Prado diz que, quando esses fato- res são ponderados em modelos preditivos, as projeções obtidas estão na casa de até 6% de cresci- mento em 2023. Isto em volumes de peças na produção, podendo alcançar algo em torno de 415 mi- lhões de peças a serem fabricadas pela indústria em 2023. Iemi Marcelo Prado, do Iemi, avalia que as marcas que mais irão crescer neste e no próximo ano, terão de identificar os nichos que mais crescem e direcionar a eles os seus esforços de crescimento LEIA MAIS Confira análise sobre o com- portamento do consumidor em www.emobile.com.br AVALIAÇÃO DA INDÚSTRIA A Ornare teve crescimento constante de 30% nos dois anos, além de au- mento no número de lojas. Com isso, para 2023 a empresa vai investir em novos lançamentos em móveis que acompanham as novas tendências do morar e de cores, entre outros, assim como no aumento de novos estabele- cimentos e países para exportação. Para isso, os sócios da Ornare, Esther e Murilo Schattan, consideram importante que a política fiscal esteja estável, bem como sejam feitos reformas na economia e se tenha juros baixos que estimulem o consumo, desde a compra do imóvel até a decoração. Para eles, o comportamento do consumidor está muito diferente devido as mu- danças nas políticas econômicas, além das situações econômicas e políticas no mundo. “A pandemia trouxe um novo olhar e percepção de valor sobre a casa e o morar. Permanecem esses valores que, claro, competem agora novamente com viagens, poupança, etc., mas foi um movimento de ne- cessidades”, avaliam e frisam: “Os hábitos do morar e sonhos dos clientes continuam sempre em alta. Vamos aguardar”.

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