Fornecedores 324

24 FORNECEDORES SOB MEDIDA 324 “Se esse percentual se realizar, ainda assim os níveis de produção estarão abaixo dos volumes pré-pandemia (2019), quando foi registrado uma produção da ordem de 437 milhões de módulos/assentos. Para o varejo, o percentual de crescimento previsto é bem parecido ao da produção, algo em torno de 5,9%”, pontua. O faturamento na indústria também tem previsão de avanço. Irá de R$ 76,3 bilhões para algo em torno de R$ 87,2 bilhões. MUDANÇA NA PRESIDÊNCIA Em todo esse contexto, é preciso considerar o início de um novo governo. “Todo o mercado fica um pouco mais retraído em um período de atenção ao que está por vir. É possível que no primeiro semestre de 2023, tenhamos os mesmos resultados do ano que passou, com a possibilidade da produção e das vendas reagirem a partir do segundo semestre”, considera Longhi. Contudo, ele avalia que a amplia- ção das vendas passa ainda pela diminuição de juros e expansão do crédito, permitindo que as famílias e empresas invistam em diferentes segmentos, inclusive o de móveis. “Importante também que seja man- tido o controle inflacionário, porque uma inflação crescente acaba corro- endo a renda e o poder de compra das pessoas”, ressalta. Munhoz, pre- sidente da Abimóvel, tem projeções de que haja um crescimento mais significativo na indústria e no varejo de móveis a partir de 2024. “Dependerá, obviamente, da reorganização das cadeias de abastecimento globais, da pacifi- cação de conflitos internacionais e, muito importante, das políticas econômicas que serão implementa- das pelo novo governo no Brasil e como elas impactarão o problema dos juros, do acesso ao crédito, da inflação, da geração de emprego, da carga tributária, entre outros pontos essenciais para a economia e a indústria nacional”, opina. Para que se inicie um ciclo de pros- peridade na indústria, é preciso que haja uma melhora substancial no ambiente de negócios para que o setor produtivo se coloque cada vez mais em condições de competir com grandes economias do mun- do. “Ao nosso ver, começa pela redução do Custo Brasil que, de acordo com estudo do Movimento Brasil Competitivo, subtrai cerca de R$ 1,5 trilhão por ano das empre- sas brasileiras”, diz Irineu Munhoz. Por isso, a Abimóvel luta pela reforma tributária, pela PEC 110 e pela manutenção de políticas fiscais, como a isenção de IPI. “Elas colaboram para o desenvol- vimento do Brasil, resultando não só no aumento da produção e das vendas nos mais variados setores da indústria e do comércio, mas, sobretudo, em mais emprego e renda para nossas famílias, impul- sionando a melhoria da qualidade de vida em nosso País”, assinala e define: “Continuaremos traba- lhando de perto com o Governo Federal para defender políticas e programas que apoiem o cres- cimento e a competitividade da indústria brasileira de móveis”. “Temos a construção de uma agenda de negociação direta entre a Abimóvel e o governo, o que se mantém junto a nova equipe econômica”, pontua Irineu Munhoz “Esperamos que em 2023 haja redução do desemprego, taxas de juros mais atrativas, incentivo ao crédito, simplificação e redução de impostos”, destaca Euclides Longhi Augusto Tomasi Abimóvel PERSPECTIVAS MERCADO MUNDIAL DE MÓVEIS O comércio internacional de móveis atualmente está avaliado em cerca de US$ 187 bilhões, de acordo com estimativas pre- liminares do CSIL – Centre for Industrial Studies. Isso significa que cresceu mais rápido do que a produção de móveis nos últimos dez anos e representa consistentemente cerca de 1% do comércio internacional de manufaturados. Os principais importadores globais de móveis, em 2022, foram Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Fran- ça, respondendo por cerca de 48% do total de importações de móveis. As incertezas causadas pela guerra na Ucrânia, os cons- trangimentos da cadeia de abas- tecimento, as questões logísticas e as fortes pressões inflacionis- tas, aliadas à desvalorização das principais divisas face ao dólar, são fatores compensatórios que conduziram a uma aparente estagnação em 2022. De acordo com a entidade, o consumo mundial de móveis diminuirá ligeiramente em termos reais em 2023, mas o crescimento deve ser retomado em 2024.

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