Fornecedores 324

44 FORNECEDORES SOB MEDIDA 324 Sindimov-SP O ano de 2022 para o mercado sob medida de São Paulo, na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário de São Paulo (Sindi- mov-SP), Pierre Stauffenegger, era de ótimas expectativas, mas com o aumento da taxa de juros houve uma desaceleração fazendo com que as previsões fossem frustradas e o ano acabou sendo somente regular. Luciano Maragno, sócio-gerente da J. Maranho, o ano de 2022 estava muito bom, com um crescimen- to até maior que nos dois anos anteriores, “mas durante o período eleitoral as vendas estagnaram”. Renato Gurgel, sócio-gerente da Primeira Linha, corrobora: “conside- ro que 2022 a venda foi boa, com queda acompanhando as incertezas políticas”. Miguel Ângelo Porfirio, sócio administrador da Virmond Móveis, teve um ano muito bom, dentro da média de empresas de móveis sob medida e planejados de alto padrão. “O mercado da construção civil continua aquecido e, por con- sequência, o sob medida também”, afirma. Segundo a Câmara Brasi- leira da Indústria da Construção (CBIC), a construção civil deverá crescer acima da economia nacional pelo terceiro ano consecutivo. A expectativa do setor para o pró- ximo ano é positiva para o presi- dente CBIC, José Carlos Martins. A indústria da construção prevê um crescimento de 2,5% em 2023. A projeção considera a evolução consistente dos últimos dois anos, o ciclo de negócios do mercado imo- biliário em andamento e a demanda habitacional sólida. Martins analisa que nos próximos anos os investimentos no setor da construção civil devem passar pela infraestrutura. Embora a perspectiva e os números sejam positivos, o cres- cimento ainda continua 19,6% abai- xo do que a atividade já apresentou, sendo que o maior desempenho foi registrado no início de 2014. CONSUMIDOR Cláudia Lens diz que os móveis sob medida eram mais direcionados a um público com maior poder aquisitivo. Hoje, é um segmento muito mais popularizado e acessível. Isso pode ser visto também pelo número de empresas de marcenaria. Há muitas empresas abertas nos últimos anos, tornando o segmento sob medida um mercado iniciante – leia o quadro. “Por sua vez, o consumidor está cada vez mais atento a novidades. É um público que busca informação e tem um nível de conhecimento sobre o que o mercado está ofere- cendo, gerando uma necessidade de aprimoramento também por parte das pequenas empresas”, considera a consultora industrial. Porfírio, da Virmond Móveis, confessa que quando começou a pandemia, em 2020, ficou bastan- te preocupado, mas em seguida o Pierre Stauffenegger, presidente do Sindimov-SP, considera que a estabilidade econômica e o elevado grau de confiança serão os pilares necessários para o crescimento do segmento sob medida MARCENARIAS NO BRASIL Segundo dados do Sebrae, a maioria dos estados brasileiros têm percentual de maturidade menor que 50%, com idade de atuação inferior a 3,5 anos. Apenas os três estados da Região Sul, mais Acre, Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Roraima tem empresas de móveis sob medida com maturidade maior que 50%. No geral, a idade média das empresas é de sete anos. Além disso, também possuem em média dois sócios e 25% são mulheres. O total de empresas de marcenaria no Brasil atende 864 habitantes por empre- sa e 83% estão no Simples Nacional. São mais de 162 mil, segundo números de 2022 e quase 69,5 mil microempresas. aquecimento da demanda foi ótimo, devido ao movimento criado pelo di- nheiro não gasto em viagens e lazer, direcionado para os cuidados com o viver mais em casa. “O ano de 2021 foi ótimo e 2022 também”, afirma e analisa: “Como tudo vai mudando o tempo inteiro e vamos nos adaptan- do, assim também é o que acontece com as escolhas e novas formas de viver das pessoas. Tudo vai acontecendo gradualmen- te e não posso afirmar que houve uma mudança radical de compor- tamento de nossos clientes nos últimos três anos”. No final de 2019, o Sindimov-SP estava com muita confiança, pois a taxa de juros se encontrava em um patamar bastante baixo. “Aí veio a pandemia, movimentando o home- -office, que logo passou e, agora vem as incertezas da mudança polí- tica”, diz. Maragno segue a mesma linha a respeito do comportamento do consumidor nos últimos anos: “Foi muito afetado pelos aconte- cimentos relacionados à pandemia e às decisões políticas. Por isso tivemos oscilação grande nas vendas em vários meses, o que atrapalhou o planejamento”. SOB MEDIDA

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