Fornecedores 325
28 FORNECEDORES SOB MEDIDA 325 que se deve classificá-las da maior para a menor (através do Diagrama de Pareto) e atuar em suas causas, dentro dessa classificação. “Nessa etapa, é importante não agirmos por impulso, sem uma investigação criteriosa. Temos que renunciar a suposições, teorias ou experiências. Nessa hora, o que vale são as informações extraídas do ‘Genba-Genbutsu’, palava em japonês para ‘cenário real, realidade’. Para isso é importante utilizarmos ferramentas que possibilitem uma investigação sistemática e eficiente, como FMEA, Ferramentas da Qualidade, MASP, etc”, diz o especialista em TPM. DISPONIBILIDADE, PERFOR- MANCE EQUALIDADE Para se ter a efetividade do equipa- mento, considera-se a Disponibilidade, Performance e Qualidade do mesmo. Walter conta que este cálculo é com- posto por quatro etapas. A primeira consiste em levantar o percentual de aproveitamento do tempo programado para produção, ou seja, o índice de tempo Operacional. Com isso, imagine um equipamento na seguinte situação: Jornada de 8 horas (480 minutos) Tempo programado sem produção (planejamento, reuniões matinais da equipe e manutenções progra- madas): 20 minutos Tempo de Carga (A – B): 460 minutos Tempo por paradas (quebras, setup e regulagens): 60 minutos Tempo de Operação (C – D): 400 minutos Diante desses números, é possível le- vantar o Índice de Tempo Operacional, um dos componentes do OEE: Índice de Tempo Operacional = Tempo de Operação (E)/Tempo de Carga (C) x 100% = 400 minutos / 460 minutos x 100% Índice de Tempo Operacional = 87% Pelo Índice de Tempo Operacional, observa-se que foi aproveitado 87% do tempo de carga para produção. “Todavia, não podemos garantir que nesse período o equipamen- to trabalhou em sua velocidade nominal, sem variações ou pequenas interrupções”, pondera Walter. Para isso, entra a segunda etapa do cál- culo, chamada de Levantamento do Índice de Desempenho Operacional. Esse índice é levantado com base na capacidade nominal do equipa- mento, através da relação: “quanti- dade de peças que o equipamento deveria produzir durante o tempo operacional” com a “quantidade de peças realmente produzidas”. Para a simulação, vamos considerar que, na jornada analisada, o equipamento em questão atingiu um Índice de Desempenho Operacional de 59%. A terceira etapa do cálculo do OEE está relacionada à qualidade. Nela, simplesmente se tira a proporção da quantidade de peças boas pelo total produzidas. Como exemplo, vamos considerar um total 392 peças dentro da especificação de um total de 400 produzidas. Assim, o Índice de Produtos Aprovados = 98% (392/400x100%). Com esses três índices levantados, Walter explica a última etapa do cálculo multiplican- do os três índices levantados: “Com esse resultado, em uma situa- ção real, diríamos que o equipamen- to está agregando valor em somente 50,3% do tempo programado para a produção e que grande parte de suas perdas são decorrentes de reduções de velocidade e pequenas paradas”, conclui o consultor. OEE NAS DIFERENTES MÁQUINAS De acordo comWalter Rodrigues, não há diferenças no uso do OEE com relação às diferentes máqui- nas da indústria moveleira. A ma- neira de usar o OEE será sempre a mesma, independentemente do tipo da máquina, embora não se deve desconsiderar suas particu- laridades. “Um exemplo disso são as formas com que medimos a produção de cada uma. Em uma linha de pintura, por exemplo, é comum medirmos sua produção por metro quadrado pintado. Já nas coladeiras, por metro linear de borda colada e na furadeira por peças processadas. Esse é um detalhe importante”, afirma. O grau de automação da máquina também pode exigir mais ou menos esforço na hora da para- metrização do OEE. Quando um equipamento é 100% automáti- co, como um centro de usinagem CNC, por exemplo, seus tempos de processamento e de setup são bem definidos e constantes. “Isso não acontece em uma furadeira múltipla semiautomática que depende do operador e, por isso, requer um trabalho mais detalha- do de cronoanálise para estabele- cermos o tempo padrão”, explica o consultor. “Uma vez estruturadas as fórmulas dos OEE’s, com as particularidades de cada equipamento, o uso do indicador passa a ser igual para todos”, afirma Walter Rodrigues Arquivo Pessoal OEE = Índice de Tempo Operacional x Índice de Desempenho Operacional x Índice de Produtos Aprovados x 100% OEE = 0,87 x 0,59 x 0,98 x 100% OEE = 50,3% EFETIVIDADE
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