Fornecedores 326
24 FORNECEDORES SOB MEDIDA 326 “Ele conhece as melhores práticas do mercado e faz melhor uso dos equi- pamentos e tecnologias, otimizando processos, mas também é capaz de planejar, negociar, interpretar grandes quantidades de dados e informações, ter pensamento crítico e iniciativa para resolver problemas e fazer a empresa inovar. A Indústria 4.0 exige cada vez mais um profissional tomador de deci- sões. E é esse profissional que vai trazer uma solução inovadora para a indústria brasileira competir no mercado interna- cional”, assinala Morgado. Contudo, no jovem brasileiro há um de- sinteresse em buscar qualificação para trabalhar na indústria. Igualmente, existe um desconhecimento da juventude so- bre as oportunidades na indústria e so- bre a educação profissional. “A cultura bacharelesca, que vigorou por décadas no Brasil, restringiu as discussões, ainda na educação básica, principalmente no ensino médio, sobre o mercado de trabalho e as possibilidades de formação para além da graduação tradicional (bacharelado ou licenciatura)”, opina o dirigente do Senai. Em pesquisa de opinião realizada pelo DataFolha com estudantes do Ensino Médio, em 2022, 47% dos estudantes do ensino médio disseram que conhecem ensino profissional e técnico. “Porém, as indústrias, com as novas tecnologias digitais, estão cada vez mais atrativas, além de pagarem melhores salários”, pondera o especia- lista. O desafio atual é ampliar a oferta do itinerário de Formação Técnica e Profissional no novo modelo de ensino médio, incluindo a Aprendizagem Profissional. Nesse sentido, o Senai pos- sui uma plataforma chamada Mundo Senai, voltada a ajudar a juventude brasileira a conhecer mais sobre as pro- fissões industriais, além de apresentar as ofertas de cursos e oportunidades de trabalho. COMPETITIVIDADE PARA A INDÚSTRIA A requalificação e o aperfeiçoamento dos trabalhadores deve ser um esforço coletivo de todos, governos, empresas, instituições de ensino – principalmente as de ensino técnico e profissional – e socie- dade civil. Atualmente, existe a Acelera- dora Brasil de Competências, iniciativa do Fórum EconômicoMundial juntamente com Senai, Microsoft Brasil e Ministérios do Trabalho e da Educação. “O objetivo é reunir organizações dos setores público e privado para aperfeiçoar e recolocar profissionais e empresas para o mercado digital e a indústria do futuro. A meta é impactar mais de 4 milhões de trabalhadores de oito setores da economia até 2025”, diz Morgado. O setor moveleiro não está entre eles, mas pode ser impacta- do com profissionais de Tecnologia da Informação, Logística e Transporte e Eletroeletrônica. As empresas também têm de fazer sua parte nesse processo de qualifica- ção. Para o superintendente do Senai Nacional, elas devem estar próximas e dialogar com as instituições de ensino para que a oferta dos cursos ocorra a partir das necessidades do setor produtivo. Isso já acontece de maneira sistemática entre a indústria e o Senai, que possui Comitês Técnicos Setoriais para traçar os perfis profissionais e as competências necessárias. O grande desafio, segundo Morgado, é alinhar a formação, teórica e prática, com a demanda do setor produtivo. Por isso as empresas devem fazer parte de todo o processo, desde a definição das competências até a contratação/reco- nhecimento dos trabalhadores. MÃO DE OBRA FUTURODOMERCADO DE TRABALHO Ao olhar o futuro do mercado de trabalho e o avanço da tecnologia, é possível fazer previsões – sempre correndo o risco de elas não se confirma- rem. Na visão de consultorias e portais especializados em carreiras no Brasil e no mun- do, o futuro do mercado de trabalho será composto por: - Era da automação: cerca de 50% das atividades de traba- lho são tecnicamente automa- tizáveis, segundo relatório da McKinsey; - Trabalho remoto: regula- mentado na Reforma Traba- lhista, o home-office deve crescer como alternativa para a contratação de profissionais; - Multidisciplinaridade: quem possuir sólidas competências técnicas e comportamentais terá prioridade nas ofertas de emprego; - Novas carreiras: mecânicos de veículos híbridos, técnico em impressão de alimentos, analista de internet das coisas e técnico em automação pre- dial são profissões aguardadas na Indústria 4.0, segundo estudo do Senai. Jeferson Soldi/Movergs As empresas também têm de fazer sua parte no processo de qualificação, dialogando com as instituições de ensino
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